April 29, 2012

The hottest Brazilian in Hollywood | Rodrigo Teixeira, o infiltrado em Hollywood

When you arrive in Hollywood, the agents always offer you the same shit.
The crumbs, as usual. I didn't come all the way to the U.S. for that.
As Americans have eyes only to themselves and underestimate the rest
of the world, they think you (Brazilian) suck and they are the smart ones.
The first project they offer you is with Andy Garcia, Benicio del Toro
and Gael (Garcia Bernal). They're calling you Chicano.
Great interview by the website IG with a Brazilian producer that has projects in development with Brad Pitt, Harrison Ford, Ewan McGregor and Ben Stiller. Until recently unknown to the public, Teixeira drew attention to himself in early April for having bought the rights to adapt Bob Dylan's 1975 album "Blood on the Tracks" into an English-language movie. The acquisition was featured by Variety.

That was not the first foray of RT Features, the producer's company in Hollywood. Teixeira moves silently through offices in Los Angeles and New York since 2008, buying rights to books with the potential to become movies. The Brazilian began to acquire a reputation for good dealer behind the scenes and in a short time, was in meetings at the offices of George Clooney, Johnny Depp and other stars in search for partnerships.

RT is also one of the sponsors of Sundance and the company has the right to examine firsthand the projects that pass through the festival's prestigious labs. Teixeira is also going to release soon his directorial debut feature shot in the U.S.

Unfortunally, I won't be able to translate the long text. It's a pitty you don't speak Portuguese! Check the highlights below:

IG: How was your arrival in Hollywood?
Rodrigo Teixeira: Well, I do not believe in the Hollywood dream. When you arrive in Hollywood, the agents always offer you the same shit. The crumbs, as usual. I didn't come all the way to the U.S. for that. As Americans have eyes only to themselves and underestimate the rest of the world, they think that you (Brazilian) suck and they are the smart ones. The first project they offer you is with Andy Garcia, Benicio del Toro and Gael (Garcia Bernal). They're calling you Chicano.

IG: The U.S. market sees the Brazilians with those eyes?
Rodrigo Teixeira: Yes. What they do not understand is that we're not that kind of Latin, we are something else. Brazil is within the context of South America, but we are isolationists. We speak Portuguese and the rest of the continent, Spanish. We are a hybrid, we are different. We're not the stereotypical Latino. But that's the way they look at us and what they offer us, because they are not aware that we know the market.

IG: The news of the purchase of the rights of "Blood on the Tracks" got a lot of fuss, did't it?
Rodrigo Teixeira:
It was huge. "New York Times", "Los Angeles Times", "Chicago Tribune", Tokyo, France, London announced that. RT Features is now on the 498th at the IMDB ranking. The second Brazilian producing company (O2) is in 1800th. I became the first Brazilian producer in the rankings and the second is Fernando Meirelles (City of God). Just because of Bob Dylan. The next day, the entire Hollywood was trying to reach us: directors, actors, screenwriters, either to get to know us or to join the project.

"Hollywood is pure cliché: you are what you can afford, it's about money. It's about how much your idea can leverage. The American cinema is like a stock market. It's a huge culture shock for us. We lose our illusions." -- Rodrigo Teixeira

READ THE FULL INTERVIEW IN PORTUGUESE HERE.



Excelente entrevista do IG São Paulo com Rodrigo Teixeira, um produtor brasileiro que está chacoalhando Hollywood. Esse, entende do business cinema meeesmo. Bato palmas. Arrasou. Confira abaixo os destaques da reportagem:

Rodrigo Teixeira, o infiltrado em Hollywood

"Hollywood é puro clichê: você é o que pode pagar, é dinheiro. A mecânica é a capacidade de quanto a sua ideia pode gerar. O cinema americano é uma bolsa de valores, um choque cultural muito grande. Você perde a ilusão."

Robert de Niro e Al Pacino olham com cara de poucos amigos por sobre o ombro do produtor Rodrigo Teixeira em seu escritório em São Paulo. "São meus guarda-costas", afirma o empresário de 35 anos, olhando orgulhoso para a foto de cena dos atores em "O Poderoso Chefão 2" (1974). Mal sabem eles que estão zelando pela segurança do brasileiro mais quente hoje em Hollywood.

Até há pouco tempo desconhecido do grande público, Teixeira chamou a atenção no início de abril por ter comprado os direitos autorais de "Blood on the Tracks", disco clássico de Bob Dylan de 1975, para uma futura adaptação no cinema. A informação foi noticiada pela Variety, bíblia do mercado audiovisual norte-americano, e repercutiu mundo afora.

Essa não foi a primeira incursão da RT Features, empresa do produtor, em Hollywood. Teixeira circula silenciosamente por escritórios de Los Angeles e Nova York desde 2008, comprando direitos de livros com potencial para virar filme. O brasileiro começou a adquirir uma reputação de bom negociante nos bastidores e, em pouco tempo, estava em reuniões nos escritórios de George Clooney, Johnny Depp e de outros astros em busca de parcerias.

Atualmente, a produtora tem projetos engatilhados com Brad Pitt, Harrison Ford, Ewan McGregor e Ben Stiller, sem contar longas-metragens brasileiros com grande potencial de bilheteria, caso do filme sobre a vida de Tim Maia e de "O Mistério do Cinco Estrelas", adaptação do adorado romance juvenil de Marcos Rey. A RT também é uma das patronas do Festival Sundance, vitrine do cinema independente norte-americano – em troca de patrocínio, a empresa tem direito a analisar em primeira mão os projetos que passam pelos prestigiados laboratórios do festival.

iG: Como foi a sua chegada em Hollywood?
Rodrigo Teixeira:
Bem, eu não acredito no sonho hollywoodiano. Quando você chega em Hollywood, (os agentes) oferecem as mesmas merdas de sempre. O resto, sempre. Eu não fui para os EUA para pegar esse tipo de coisa. Como o americano só olha para ele e não para o resto do mundo, ele acha que você é um merda e ele, o esperto. O primeiro projeto que te oferecem tem o Andy Garcia, Benicio del Toro e o Gael (Garcia Bernal). O cara está te chamando de chicano.

iG: O mercado nos EUA vê os brasileiros com esses olhos?
Rodrigo Teixeira:
Vê. O que eles não entendem é que nós não somos esse tipo de latino, somos outra coisa. O Brasil está dentro do contexto da América do Sul, mas somos isolacionistas. Falamos português e o resto do continente, espanhol. Somos um híbrido, diferentes. Não temos o estereótipo latino. Mas é a maneira como eles nos olham e o que eles oferecem, porque não sabem que você conhece (o mercado).

iG: O primeiro passo é ultrapassar essa barreira de mercado?
Rodrigo Teixeira:
Isso. Eles esquecem que nós, a minha geração especificamente, fomos criados... Não fui criado na década de 1960, na Nouvelle Vague, num ambiente repressivo, lutando contra a ditadura. Nos anos 1980 você não tinha acesso ao cinema coreano, cinema iraniano, não existia isso. Era uma coisa totalmente voltada para o cinema americano, minha formação foi essa. Foi assim da década de 1970 até a metade dos anos 1990. Como espectador, comecei a me interessar por uma cinematografia mais sofisticada, outros mercados, diretores, histórias, no final dos anos 1990, já era um jovem adulto. Por isso eu conheço cinema americano. Conheço todo: cinema clássico, Buster Keaton, Billy Wilder (que é austríaco, mas a obra é americana), cinema independente dos anos 1970, Bob Rafelson, musicais, Spielberg, Scorsese, Brian de Palma... É só um ter um pouco mais de cultura e você sabe que merda o cara está te oferecendo.

iG: Muita gente questiona o uso de incentivo fiscal para projetos comerciais no Brasil.
Rodrigo Teixeira:
Aí discordo, acho uma sacanagem. Por que subsidiar o filme de um e não o de outro? O que ele tem de melhor? Se o projeto está tendo retorno, proporciona muito mais visibilidade para quem deu o incentivo fiscal, a marca [a empresa] vai aparecer muito mais do que no filme visto por 2 mil pessoas. Não dá para discriminar quem faz cinema de público e quem faz cinema autoral. Eu faço cinema autoral e vou fazer de público, se Deus quiser. Mas não quero ser discriminado por isso e não discrimino os outros.

iG: Você toparia fazer um filme só pelo dinheiro?
Rodrigo Teixeira:
Toparia. Tenho que pensar como empresário. Não faço publicidade, filmes para empresa... Eu vivo de entretenimento. E se não pensar nisso, estou morto. Obviamente vou tentar ao máximo investir numa coisa que eu gostaria de pagar para ver e espero que dê certo.

iG: Como tornar os filmes produzidos no Brasil interessantes para o mercado estrangeiro e fugir do estereótipo do "favela movie"?
Rodrigo Teixeira:
"A Mulher Invisível", por exemplo. Se alguém quisesse transformar aquilo num filme americano, faria sucesso, a ideia é brilhante, óbvia. Bota o Mark Rufallo e a Reese Witherspoon para você ver. Isso o Cláudio Torres faz muito bem, aquele filme que não tem favela, é universal. E mesmo "O Abismo Prateado" se passa no Rio de Janeiro e não tem uma cena na favela.

iG: O Brasil não tem tradição em alguns gêneros, com ação, terror.
Rodrigo Teixeira:
Ação até tem. Aquele cara que fez "Dois Coelhos", Afonso Poyart, está bombado nos EUA. Um agente americano viu a qualidade das cenas de ação e o mercado americano precisa de gente que saiba dirigir cenas de ação. E o brasileiro é barato: eles preferem pegar um brasileiro novo do que o Ridley Scott. Pode acreditar que o Afonso Poyart vai fazer um filme desses nos EUA.

iG: Quem fez um filme lá agora e está reclamando bastante é o Heitor Dhalia.
Rodrigo Teixeira:
Porque a ansiedade do Heitor fala mais alto. Ele poderia ter feito algo muito melhor, apesar de eu não ter visto "12 Horas", pelo acesso e reconhecimento que ele tem. Eu fui numa reunião em que um agente falou que o Colin Farrell faria o filme que o Heitor quisesse. Eu ouvi isso, ninguém me contou. Keira Knightley, a mesma coisa. Coloca esses dois no "12 Horas" e vê se não muda a bilheteria do filme.

LEIA A REPORTAGEM COMPLETA AQUI.

No comments:

Post a Comment