May 31, 2010

What's this dialogue about? | Sobre o quê é esse diálogo?

(leia versão em português abaixo)

My next film sounds really fun. It's the chekhovian project (like in Chekhov, the writer). Everybody's got the same dialogue (ramdomly elaborated on class) and we're supposed to create a scene to give a meaning to it. What's most important is the subtext not the lines themselves. Here it is:

A - It looks like rain.
B - The grass is always greener.
A - What's the first sentence?
B - Oh, my God, what the fuck.
A - Life is always unexpected.
B - You don't say?
A - Let's eat some tacos.
B - Hun?
A - I can't understand you.
B - Are you that dumb?

We have to shoot it on the next weekend. This means to have the story, the location and the actors by the end of this week.

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Meu próximo filme promete ser divertido. É o projeto tchekhoviano (como em Tchékhov, o escritor). Todo mundo terá o mesmo diálogo (aleatoriamente elaborado em classe) e temos que criar uma cena para dar um sentido a ele. O mais importante é o subtexto não as falas propriamente. Aqui está:

A - Parece que vai chover.
B - A grama é sempre mais verde.
A - Qual é a primeira frase?
B - Oh, meu Deus, que porra.
A - A vida é sempre inesperada.
B - Não me diga?
A - Vamos comer uns tacos.
B - Hum?
A - Eu não consigo te entender.
B - Você é tão estúpido(a) assim?

Temos que filmar no próximo final de semana, o que significa que temos que ter a estória, a locação e os atores até o final desta semana.

May 29, 2010

Third assignment: a compliment! Yes! | Terceiro filme: um elogio! Uau!

(leia versão em português abaixo)



This is my production workshop film and my third project. Filmed at Western back lot set of Universal Studios. We had just three hours to shoot everything (I got less because we started later due to wardrobe problems). A couple of days before they tell us how many actors we'll have. The task is to come up with a story that fits them, about a chase, in this location. Differently from other assignments, they give us the film (two rolls of b&w 16mm - 80 ASA).

Unexpectedly, my dear teacher said "uau" at the end of the screening and also that the last part of my film looks like "professional". So, I think I'm getting it. Yeah... Everything that I've been learning for the past three weeks is starting to sync.

A positive aspect is that I know exactly what I missed during the shooting, even before the teacher starts to point them. That's good, right?

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Este é meu filme da oficina de produção e meu terceiro projeto. Filmamos na cidade cenográfica de faroeste do Universal Studios. Tivemos apenas três horas pra filmar tudo (eu tive menos porque nós começamos mais tarde devido a problemas com o figurino). Dois dias antes, eles nos avisam quantos atores teremos. A tarefa é criar uma história que encaixe esses atores/personagens em uma cena de perseguição neste local. Diferentemente dos outros projetos, neste, eles nos dão o filme (dois rolos de 16 mm pb - 80 ASA).

Inesperadamente, meu querido professor disse "uau" ao final da projeção e também que a última parte do meu filme parece "profissional". Então, eu acho que estou começando a pegar o jeito da coisa. Yeah ... A ficha está caindo, depois de tudo que eu aprendi ao longo das últimas três semanas. Aleluia!

O bom é que antes mesmo do professor começar a apontar as falhas que eu cometi nas filmagens eu já consigo perceber quais foram. Bom, né?

Going out in LA | A noite de Los Angeles

(leia versão em português abaixo)

Yesterday - after long long journey - we went out at night for the first time. It seems that Americans don't know how to have fun. First, almost everything closes at 2am.

My classmates and I went to Universal City Walk, kind of an outdoors mall, with dozens of shops and theme bars. Kind of a tourist thing, I thought. A little cheesy.

We walked and walked and finally sat in a bar called Samba. Guess why? Brazilian theme. Curiously, they only played salsa and rumba. what the heck is that? We don't have these rythms in Brazil!!! C'amon!

After a while, we went to Saddle Ranch (at UCW as well), kind of an outdoor nightclub with country motifs. Music was nice. But it looked like all the latinos of the world were there. Where the Americans?

Weird for me: they check the IDs at the entrance. And sad: over half of our group had not an official document. Although they're mostly in their 30s, were all barred. Pure nonsense. Just entered myself and another couple. It was already 1am. We stayed only until 1:30 a.m. cause the DJ began to warn they'd be closing soon. Very disappointing.

Fast facts: 1) A long neck beer costs $ 5.50, but they don't give change in coins. Then it's US$ 6. It's very expensive to get drunk here. 2) A pack of cigarettes costs the same: US$ 6.

PS: My friends were impressed with me dancing.

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Ontem -- depois de longo tempo ralando direto -- saí à noite pela primeira vez. A balada foi legalzinha. Mas esses americanos não sabem se divertir. Primeiro, quase tudo fecha às 2h.

O pessoal da minha classe foi pro Universal City Walk, tipo um shopping a céu aberto dos estúdios, com várias lojas e bares temáticos. Meio coisa de turista, eu achei. Muito neon e pirotecnia.

Rodamos, rodamos e finalmente sentamos num bar chamado Samba. Adivinha porquê? Brazilian. O curioso é q só tocava salsa e rumba. Um absurdo. Eles não têm noção, né?

Depois saimos de lá e fomos prum tal de Saddle Ranch (também no UCW), tipo uma boate ao ar livre com motivos country. A música tava até boa. Mas todos os latinos do mundo estavam lá. Cadê os americanos?

E foi o ó porque eles checam a identidade na porta e mais da metade do nosso grupo não tinha um documento oficial. Embora quase todos estejam na faixa dos 30, foram barrados. Aff... É muito sem noção. Só três de nós conseguiram entrar. Isso já era 1h. Ficamos só até 1h30 pq o DJ começou a avisar q ia fechar a casa. Bem decepcionante.

Detalhe: 1) uma cerveja long neck custa US$ 5,50, mas eles não dão troco em moedas. Então sai por US$ 6. Um porre sai muuuito caro por essas bandas. 2) Um maço de cigarros também custa o mesmo: US$ 6.

PS: Meus amigos ficaram impressionados comigo dançando.

May 28, 2010

Second project: getting better, smile! | Segundo projeto: melhorando!

(leia versão em português abaixo)


This is my second project at New York Film Academy. We were challenged to make a film that maintained continuity in story, time, and space. The action had to unfold utilizing a variety of shots (10-15) in a continuous sequence (no perceptible jumps in time or action). It was essential that the audience believed in the reality of the scene. Remember, no dialogues, it's a silent movie. I used three rolls of 16 mm black and white (80 ASA) and we shooted the whole project in 5 hours. I tried to use music and sound effects as well.

My teacher didn’t like it. He said it’s cheesy and also criticized some shots that have problems with the eye line. Ok. But I’m very proud of myself because I feel I’m improving. When my coleagues tried to describe my story (it’s an exercise that we do on class), they used the exact same words I used to tell it to my actors before the shootings. So I guess I’m showing better the images. Of course there are problems, I’m still learning!

PS: I showed my film to other teachers and people at school and they told me it’s one of the best films that they’ve ever seen at Nyfa – considering that’s only my second project. "It has beggining, middle and end! And makes sense!", they said.

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Este é o meu segundo projeto na New York Film Academy. Fomos desafiados a fazer um filme que mantivesse a continuidade na história, tempo e espaço. A ação tinha que se desdobrar utilizando vários shots (15/10) em uma seqüência contínua (sem saltos perceptíveis no tempo ou ação). Era essencial que o público acreditasse na realidade das cenas. Lembre-se, sem diálogos, é um filme mudo. Eu usei três rolos de 16 mm preto e branco (80 ASA) e nós filmamos todo o projeto em 5 horas. Eu tentei usar a música e efeitos sonoros também.

Meu professor não gostou. Ele disse que meu filme é brega e também criticou algumas partes que têm problemas com a linha dos olhos (tipo o ator não está olhando pro lado certo). Ok. Mas estou muito orgulhosa de mim porque eu sinto que estou melhorando. Quando meu colegas tentaram descrever a minha história (é um exercício que a gente faz), eles usaram as mesmas palavras que eu usei para conversar com meus atores durante as filmagens. Então eu acho que estou mostrando melhor a história com imagens. Claro que existem problemas, ainda estou aprendendo, né?

PS: Eu mostrei meu filme pra outros professores e profissionais na escola e eles me disseram que é um dos melhores filmes que já viram na NYFA - considerando que é apenas o meu segundo projeto. "Tem começo, meio e fim! E faz sentido!", eles disseram.

May 25, 2010

First attempt: Scrub you (mis-en-scène) | Primeira tentativa: filme de mis-en-scène

(leia versão em português abaixo)


This is my first project at New York Film Academy (NYFA) 8 week program, a mise-en-scène. The goal was to direct one shot to visually tell a story (with beginning, middle, and end) without using sound (or dialogues). It was filmed in 16mm black and white.

As you may see, the goal was not fully achieved. My idea was to show a spoiled guy demanding his girlfriend to treat a simple cut on his finger with huge medical care. Even though she's seriously injured, she attends his claims. Then, she gets fed up and tells him to treat the cut himself, using a band-aid. The title is a pun on a well-known slangy expression in English.

My budget for this film was US$ 230 (US$ 104 on film and post-production) and we had 4 hours to shoot it, plus 4 hours to edit it. (We do everything by ourselves, without external help.)

My teacher told me it's a great story but I didn't know how to stage (block) the actors to show better the actions for the camera. Also I didn't needed the medical wardrobe. He said to all the class: "K.I.S.S" (keep it simple, stupid!).

The fact is I wanna the audience to think the character is a doctor and the discover he is te patient. But couldn't make it clear. Next time I know: don't try to put lots of information in one minute. Just keep it clean: only what really really matters. Only the absolute necessary.

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Este é meu primeiro projeto na New York Film Academy (NYFA) no programa de 8 semanas, uma mise-en-scène. O objetivo era dirigir um único take para contar visualmente uma história (com início, meio e fim) sem usar som (ou diálogos). Foi filmado em 16mm preto e branco.

Como você pode conferir, a meta não foi plenamente atingida. Minha idéia era mostrar um cara mimado exigindo da namorada enormes cuidados médicos para o tratamento de um simples corte no dedo. Mesmo estando gravemente machucada, ela atende aos seus caprichos. Até se encher e dizer a ele pra se virar sozinho com um band-aid. O título é um trocadilho com a expressão "screw you", algo como "vá se danar" em inglês.

Meu orçamento para este filme foi de US$ 230, sendo US$ 104 em filmes e pós-produção. Nós (equipe de três pessoas) tivemos 4 horas para filmar e mais 4 para editar. (Fazemos tudo nós mesmos, sem contar com ajuda externa.)

Meu professor falou que a história é ótima, mas eu não soube como marcar a cena para os atores de forma que mostrasse melhor as ações para a câmera. Também não precisava das roupas de médico. Ele disse pra classe: "K.I.S.S." (mantenha o negócio simples, estúpido!).

O fato é que eu queria que o público pensasse que o personagem era um médico e depois descobrisse que ele o paciente. Mas não consegui deixar isso bem claro. Da próxima vez, já sei: não tente colocar muita informação em um minuto. Mostre apenas o que realmente importa. Só o absolutamente necessário.

I'm acting on an American feature film | Sou atriz em um filme americano!

(leia versão em português abaixo)

Last Friday I had the chance to exercise my actress side. It was one of those things that happen in life: to be on the right time in the right place. I was invited to participate in the filming of an independent feature film called "Perfect Family" - directed by Anne Renton, written by Paula Goldberg and Claire Riley.

The scene that I did is one of the highlights of the film: during a luncheon party will be announced the winner of Catholic Woman of the Year Award. Kathleen Turner (Chandler's mother/father on "Friends") is one of the nominees. Conservative, she believes that her family is perfect, refusing to accept that her daughter (Emily Deschanel, from the "Bones" series), a successful lawyer, is a lesbian, and that her son has dropped his wife for an older woman. Kathleen's husband (Michael McGrady) is a recovering alcoholic. The film has also Richard Chamberlain (from "The Thorn Birds", remember?) as the monsignor.

I was willing to be just one of the guests to the party in the parish. There were Kathleen Turner, Richard Chamberlain and Emily Deschanel. But at the time of filming, the second assistant director asked me and a friend if we had some experience to act. "Sure," we replied. This friend of mine (Brazilian as well) worked as an extra for 15 days in the filming of "The Terminal" (with Tom Hanks). And I, well, I've done some things as an actress in Brazil. It turned out that I cross on the scene with the antagonist of the story, the actress Sharon Lawrence ("Desperate Housewives" and "Grey's Anatomy"), and she greets me. Then I sat at the table where the camera was positioned. So I'll probably show up too! Yupi!

Even without that, it was an excellent opportunity to watch a professional team working. I could identify each professional (director, 1st assistant, 2nd assistant director of photography, 1st assistant camera and 2nd assistant camera, etc.). And check how each member of the crew acts on the set. I loved it!

PS: Sorry, but the producers asked us not to take photos of the actors or the set.

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Na sexta, tive a chance de exercitar meu lado atriz. Foi uma dessas coisas que acontecem de repente: estar na hora certa no lugar certo. Fui convidada para participar das filmagens de um longa-metragem independente chamado “Perfect Family” – dirigido por Anne Renton, com roteiro de Paula Goldberg e Claire Riley.

A cena que eu fiz é um dos pontos altos do filme: durante um almoço festivo será anunciada a ganhadora do prêmio de Mulher Católica do Ano. A personagem de Kathleen Turner (a mãe/pai do Chandler em "Friends") é uma das indicadas. Conservadora, ela acredita que sua família é perfeita, recusando-se a aceitar que sua filha (Emily Deschanel, da série “Bones”), uma bem-sucedida advogada, seja lésbica, e que seu filho tenha largado a esposa por uma mulher mais velha. O marido de Kathleen (Michael McGrady) é um alcoólatra em recuperação. O filme conta ainda com a participação de Richard Chamberlain (aquele de “Pássaros Feridos”, lembra?) como monsenhor.

Fui disposta a ser somente mais uma das convidadas para a festa na paróquia. Estavam lá Kathleen Turner, Richard Chamberlain e Emily Deschanel. Mas, na hora de filmar, o segundo assistente de direção perguntou a mim e a um amigo se tínhamos alguma experiência para atuar. “Claro!”, respondemos. Esse meu amigo (brasileiro) trabalhou como figurante por 15 dias nas filmagens de “O Terminal” (com Tom Hanks). E eu, bem, já fiz umas coisinhas como atriz no Brasil (que me renderam um registro profissional). Acabou que na cena eu cruzo com a antagonista da história, a atriz Sharon Lawrence (“Desperate Housewives” e “Grey's Anatomy”), e ela me cumprimenta. Depois, sentei na mesa onde foi posicionada a câmera. Então provavelmente vou aparecer também! hehehe

Mesmo sem isso, foi uma excelente oportunidade para observar uma equipe profissional trabalhando. Consegui identificar cada profissional (diretor, 1º assistente, 2º assistente, diretor de fotografia, 1º assistente de câmera, 2º assistente de câmera, etc.) e conferir como cada um age no set. Adorei!

PS: Me desculpe, mas a produção pediu expressamente para que não tirássemos fotos do set ou dos atores.

May 21, 2010

On the western streets of Universal | Filmando no faroeste da Universal

(leia versão em português abaixo)
One of our actors blocked for shoot | Um dos nossos atores na marca para filmar

Last Thursday we shooted more short films at Universal Studios back lot set. This time I've been the writer/director. We filmed two shorts, one minute each. This back lot set has western and mexican streets.  It was used by films like "The Color Purple" (1985) and "Seabiscuit" (2003).

I was so apprehensive, because we had a misunderstanding on our team. We should tell Nyfa Costume Department, until 11am of the previous day, what costumes we would use. I was not at school that day, so I sent an e-mail to my colleagues. But they thought I haven't sent. Anyway, they had another list that included my needs perfectly.

But when we got to the set, the coordinator of the wardrobe wouldn't release the costumes of my actors. We had to wait until all the other teams took their things first. He said we could use only what's left. A huge waste of time.

Also, I took a long time to choose the place to start shooting. After all, all the other teams had taken the places I wanted. But we finally found an interesting site.

I don't if we're too slow, but we're always the last crew to complete the filming. Maybe we are more dedicated. Thus, the coordinator of the filming began yelling at before lunchtime. "But we're on our last take," I told him. He got angry with me, but let us finish. It's not because I'm girly that'll let a male speak loudly to me. I thickened my voice as well. After all, we still had two minutes according to his previous schedule. We were not extrapolating. Later he came to apologize. I thought it was pretty nice of him.

Despite all the problems and tensions, I think we have a good story. Next week, I'll upload it here. I swear.

In the afternoon, our team decided to make a short film directed by the three of us together. Each directed a couple of shots and we rotated the positions of director of photography and camera assistant. We are working much better together now. It's starting to flow. One understands the other with fewer words.

Our joint story combines western style with an astronaut, can you imagine? Because since we went to the Department of Costume Design of Universal Studios, Raquel wanted to use the space suit we saw there. Nice to do something more fun, huh?

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Na quinta, nós filmamos mais curtas nos estúdios da Universal. Desta vez eu fui a roteirista/diretora. Filmamos dois curtas, de um minuto cada. Essa cidade cenográfica tem ruas de faroeste e outra parte mexicana. Foi usada em filmes como "A Cor Púrpura" (1985) e "Alma de Herói" (2003).


Eu estava tão apreensiva, porque nós tivemos um mal-entendido na nossa equipe. Deveríamos comunicar ao departamento de figurino da Nyfa, até as 11h do dia anterior, que roupas usaríamos. Eu não estava na escola nesse dia, então eu mandei um email pras minhas colegas. Mas elas acharam que eu não tinha enviado. De qualquer maneira, elas apresentaram uma outra lista que contemplava as minhas necessidades perfeitamente.


Mas, quando chegamos ao set, o coordenador do guarda-roupa não quis liberar os trajes dos meus atores. Tivemos que esperar até que todos as outras equipes pegassem suas coisas primeiro. O que restasse, poderíamos usar. Uma enorme perda de tempo.


Além disso, eu levei um bom tempo pra escolher o lugar para começar a filmagem. Afinal, todas as outras equipes tinham tomado os lugares que eu queria. Mas conseguimos encontrar um local interessante finalmente.


Não sei se a gente é muito lenta, mas sempre somos as últimas da turma a concluir as filmagens. Talvez sejamos mais dedicadas, não sei. Assim, o coordenador das filmagens passou um pito na hora do almoço. "Mas nós estamos no último take", eu disse. Ele ficou bravo comigo, mas deixou a gente terminar. Não é porque sou girly que vou deixar um macho falar alto comigo. Também engrossei a voz. Afinal, ainda tínhamos dois minutos dentro do prazo que ele tinha passado inicialmente. Não estávamos extrapolando. Mais tarde ele veio me pedir desculpas. Achei bem legal da parte dele.


Apesar de todos os problemas e tensões, acho que vamos ter uma boa história. Na próxima semana, vou colocar aqui no blog. Juro.


Pela tarde, nossa equipe decidiu fazer um curta dirigido por nós três juntas. Cada uma dirigiu uma parte e nós cambiamos as posições de diretor de fotografia e assistente de câmera. Estamos trabalhando muito melhor juntas agora. Está começando a fluir. Uma entende a outra com menos palavras.


Nossa história conjunta combina o estilo faroeste com um astronauta, acredita? É que desde que fomos ao Departamento de Figurino da Universal, a Raquel queria porque queria usar a roupa de astronauta que vimos lá. Legal fazer algo mais divertido, sem compromisso.

May 19, 2010

Cinematographic lies 1: car chase | Mentiras cinematográficas 1: perseguição de carros


One of the weirdest things I've ever seen here... When a car with a siren (police, fire fighters, ambulance) passes, by the American driving rules, every car on the street ought to stop immediately.

I was at traffic the other day and suddenly I've heard a siren. Everything stopped and I couldn't understand why. Later I've heard the explanation from my host. I would never know! In Brazil we just make space for this kind of car pass by.

Then, a click on my head: I've lost the count of the movies I've seen with car chases. On none of those I remember to have seen the cars stopping because of a siren. We see lots of crashes on citizens cars that are riding where the chase's taking place. Are they cinematography lies? On the other hand, knowing that is forbidden to ride when you hear a siren gives a completely different perspective of what these car chases mean to Americans.

PS: My friend that lives in Memphis told me they don't have to stop when they hear a siren. So maybe it's just California's law.

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Uma das coisas mais esquisitas que eu já vi por aqui... Quando um carro com sirene (tipo polícia, bombeiros, ambulância) passa, pelas regras de trânsito americanas, todos os carros na rua devem parar imediatamente.

Eu estava no trânsito outro dia e, de repente, ouvi uma sirene. Tudo parou e eu fiquei sem entender o porquê. Mais tarde minha hostess explicou. Como é que eu ia imaginar! No Brasil, a gente só abre um espaço pra esse tipo de carro passar, nada mais, né?

Daí veio um clique na minha cabeça: perdi as contas dos filmes que já vi com perseguições de carro. Nas telas, nunca vi carro de cidadão algum parar por causa de sirene. Será que eu nunca reparei? A gente vê aquele monte de batidas, tanto dos vilões quanto da polícia nos carros dos cidadãos/figurantes desavisados que circulam no trajeto onde ocorre a perseguição. É licença poética ou mentira cinematográfica?

Por outro lado, saber que é proibido andar com o carro quando você ouve uma sirene confere um peso completamente diferente a esse tipo de cena pros americanos, certo?

PS: Minha amiga que mora em Memphis disse que não tem que parar o carro quando ouve uma sirene (só reduzir). Então talvez seja apenas a lei californiana.

How can I become a screenwriter? | Como posso virar uma roteirista?

Li algumas das suas experiencias no seu blog. Devo dizer que me tornei uma fã. Sabe, gostaria muito de ter oportunidades e seguir um sonho que tenho de me tornar roteirista. Apesar da minha idade, nao tenho uma formação, pois por algumas dificuldades tive de deixar a faculdade. Tenho escrito algumas histórias e, com a sua experiência, gostaria de saber de você como seria possível para mim correr atrás de ser uma roteirista, meu relógio já rodou há muito tempo e nao quero passar mais 8 anos estudando alguma coisa. Gostaria de trabalhar na área nem que seja para levar as refeições...rsrsrs e estudar ao mesmo tempo...

Atenciosamente,

Queli

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I've read some of your experiences on the blog. I must say that I became a fan. You know, I would love to have opportunities and follow my dream of becoming a screenwriter. Despite my age, I have no training, because of some difficulties I had to leave college. I've been writing some stories and, with your experience, I wonder if you can tell me how I can become a writer. I don't want to spend another eight years studying something. I would work in the area if only to take meals ... LOL and study at the same time ...

Sincerely,

Queli




Oi, Queli!

Obrigada por acompanhar o blog. Fiquei muito feliz c/ suas palavras.

Qto a dicas sobre como se tornar roteirista, não tem fórmula mágica, a receita é simplesmente estudar muito e escrever muito. O talento é só 5% dessa fórmula.

Não precisa fazer faculdade necessariamente, mas estudo é fundamental. Vc tem q ler muitos livros, livros técnicos. Aconselho q comece com um mais simples como os do Syd Field, bem famosos mundialmente na área. Ele é polêmico, muita gente no Brasil não gosta, mas acho necessário.

Além disso, é preciso ver muitos filmes. Mas isso só se torna realmente produtivo qdo vc entende o que tem de analisar na história. Senão, assiste como espectador comum.

Enfim, é um processo q leva anos de estudo, compreensão e maturação. Foi por isso q decidi estudar aki em LA. Já fiz muitos cursos no BR e senti q era hora de avançar mais um degrau.

Qto à idade, acho q não tem problema algum. Os melhores roteiristas têm mais de 40, 50 anos. Mas não é só pq amadureceram na vida não. É pq já estão estudando e experimentando há muito tempo. Já ralaram pra caramba.

Então, vc está no caminho certo, já está escrevendo. Mas não conte só com a inspiração. Ser roteirista é muito mais transpiração. Tem q reescrever 200 vezes o roteiro até q fique realmente bom. E tem q ter muita técnica pra isso. Além de muito amor à profissão, é claro. Vá em frente!

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Hi, Queli!

Thank you for following the blog. I was very happy with your words.

About the hints on how to become a screenwriter, there's no magic formula, the recipe is just study and write very much. Talent is only 5% of that formula.

It's not necessary to go to college, but the study is crucial. You gotta read many books, technical books. I advise you to start with a simpler one like Syd Field's. He is controversial, many people in Brazil don't like him, but I think necessary.

Moreover, you should watch many movies. But it only becomes productive when you really understand what you have to notice at the story. Otherwise, you just watch it as a common spectator.

Anyway, it is a process that takes years of study, understanding and maturity. That's why I decided to study in LA. I've done many courses in the Brazil and felt it was time to go one step further.

About the age, I guess there's no problem. The best writers are over 40, 50. But not only because they are mature. It's because they've been already studying and experimenting for a long time.

So, you're on track, you're already writing. But do not count only on inspiration. Being a writer is much more perspiration. Gotta rewrite the script 200 times till you get it really good. And gotta have too much technique for it. Besides much love for the profession, of course. Go ahead!

Best wishes,

Gabriela

May 18, 2010

Production workshops at Universal Studios back lot | Oficinas na cidade cenográfica da Universal


I'm feeling like I'm in a roller coaster. Besides de projects that we have to shoot each weekend, New York Film Academy's (NYFA) 8 week program includes two production workshops in different days. We did our first on last Saturday.

On these workshops, Nyfa provides actors (students from the Acting program), Universal Studios' costumes and back lot. The fun of the assignment is that you cannot choose the theme or the actors (they tell you for example, you'll have three actors for the scene) or the location.

The theme was an exchange between characters and we've shooted the one minute scene at the European backlot (where part of "Pirates of the Caribbean" 1,2,3 has been shot). Our crew got three actors (a guy and two girls).

As you can see on the picture above, the back lot emulates an ancient city. So we've asked for a special wardrobe. We've spend the whole day there. So by the morning we have one writer/director of the scene and by the afternoon is another one of the crew. I didn't directed this time only worked as director of photography (DP) and assistant camera (AC).

For the first scene we've got a pirate outfit and for the second it was more of a medieval thing (reminding Victor Hugo's stuff). For each we've got two rolls of 100 feet (2 minutes and 45 seconds).

Since we haven't been on the back lot before it's hard to choose the exact location to shoot. Then it was the first time working together with different shots. (we've only had filmed a mis-en-scene - a one shot film - by that day.)

Problems that we've faced:

1) We have to work fast to shoot everything we need in a short amount of time.

2) We have to trust each other and at the same time help each other. That was the major issue, because in my crew the other two girls are very familiar to photography. So they know about apertures and focuses. I don't. I'm learning. I'm slow. At certain moments they just ignored me and took the camera or did the tasks I was supposed to do (before I had the chance of doing them). By the end of the day, they complained that I wasn't doing so much or that I was paying attention to the teacher's explanations instead of doing my job. C'mon, it's an assignment to practice and learn exactly these things! If I don't learn now when I'm supposed to learn? I felt that it's was pretty unfair to say that about me and we kind of argued. But everything's solved now. After all we've became friends. We're girls! Girls talk!

3) We have to comunicate our intentions very well because we don't have a tv monitor to see what's being framed or filmed.

PS: I've been to Universal's wardrobe and props department. It's amazing. Everything you can imagine they have. Really! Astronauts, peasants, indians, africans, japanese, chinese, tropical, fire fighters, warriors, wizards, medieval, gothic, fairytale, soccer, football, police, medical scrubs, anything.

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Estou me sentindo numa montanha russa. Além dos projetos que temos que filmar a cada fim de semana, o programa de 8 semanas da New York Film Academy (NYFA) inclui dois workshops de produção em dias diferentes. Tivemos o nosso primeiro no sábado passado.

Nessas oficinas, a NYFA (lê-se Náifa) fornece os atores (alunos do programa de interpretação), roupas, acessórios e uma das cidades cenográficas do Universal Studios. O legal é que você não pode escolher o tema ou os atores (eles ditam o que vai ser) ou o local.

O tema foi uma troca entre os personagens e filmamos a cena de um minuto no cenário europeu (onde filmaram parte do "Piratas do Caribe" 1,2,3). Nossa equipe contou com três atores (um rapaz e duas meninas).

Como você pode conferir na imagem acima, a cidade cenográfica reproduz uma Europa antiga. Então nós pedimos um guarda-roupa especial. Passamos o dia inteiro lá. Pela manhã, tivemos uma roteirista/diretora e à tarde outra. Não dirigi desta vez, só trabalhei como diretora de fotografia e Assistente de Câmera.

Para a primeira cena pedimos roupas de pirata e pra segunda foi mais no estilo dos romances de Victor Hugo. Para cada cena recebemos dois rolos de 100 pés (2 minutos e 45 segundos).

Como não conhecíamos a cidade cenográfica de antemão, não foi fácil escolher o local exato para filmar. Foi a primeira vez que trabalhamos em conjunto com diversos takes. (Só havíamos filmado uma mis-en-scène - um filme de um take - até esse dia.)

Os problemas que nós enfrentamos:

1) Temos que trabalhar rapidamente para filmar tudo o que precisamos em um curto espaço de tempo.

2) Nós temos que confiar uns nos outros e, ao mesmo tempo, ajudar uns aos outros. Esse foi o grande problema, porque na minha equipe as outras duas meninas estão super familiarizadas com fotografia. Então, elas sabem tudo sobre foco e abertura de lentes, etc. Eu não. Estou aprendendo. Então não sou vapt vupt, né? Em certos momentos elas simplesmente me ignoraram e pegaram a câmera ou fizeram as tarefas que eu deveria fazer (antes que eu tivesse chance de executar). Ao final do dia, elas reclamaram que eu não estava fazendo o que me cabia ou que eu estava mais é prestando atenção às explicações do professor ao invés de fazer o meu trabalho. Fala sério, o exercício era exatamente pra praticar e aprender essas coisas! Se eu não aprender agora, quando é que eu vou aprender? Achei muito injusto elas me cobrarem isso e meio que a gente bateu boca. Mas agora tudo está resolvido. Afinal, somos amigas. E meninas! Garotas dsicutem relação!

3) Temos que comunicar nossas intenções muito bem, porque não temos um monitor de TV pra ver o que está sendo enquadrado ou filmado.

PS: Fui ao departamento de figurino da Universal. É fantástico! Tudo o que você imaginar eles têm. Sério! Astronautas, camponeses, índios, africanos, japoneses, chineses, tropical, bombeiros, guerreiros, magos, medieval, gótico, contos de fadas, futebol, polícia, médico, qualquer coisa. Da próxima vez que for lá vou tirar uma foto pra você ver.

May 15, 2010

I joined the army without knowing it! Help! | Me alistaram no exército! Socorro!

Waking up at 4 in the morning. Walking long distances. Then carry heavy equipment. Work all day. Sandwiches as lunch. Work even more. Stop at 9 pm. Try to get some sleep. Wake at 4 again to plan the new shooting. That's my life. I mean, we actually could say I have no life. I joined the Army without notice. Please, get me out of this!

Today I was complaining about that to a friend of mine wich is finishing the one-year Filmmaking program. This week we've had three open pre-production times, something like nine hours free. Do you think we can enjoy those hours? Nope. You barely can sleep because you have to create new stories, cast the actors, decide about wardrobe and props, plan your shoot list, etc.

Do you think the one-year program is easier? Nope. It's the same rythm. My friend explained that the school does that on purpose. They want us to think like a director and work under pressure. You have to be able to think fast, come up with solutions. Ok, it makes sense.

But all my classmates (including me) are exhausted. It's serious! I can hardly think either in English or Portuguese. So I just had to squeeze my brain to create a new story for shooting tomorrow. I already had a story, but it sucked. I could read it in my teacher's face when I told him what was about.

So I did an extra effort to watch a movie til the end (it's the first one since I've got here cause I'm always so tired that I sleep in the beggining) and have some ideas of camera movements. Then I woke up at 4 am to create a new story with the same four actors that I've already had casted for tomorrow. The same actors, same wardrobe and same locations! I'm feeling like I'm the ultimate tightrope walker.

Ok, I think that maybe this new story sucks less. So that's positive, right? The only thing was that I needed to make a photo shooting with one of my actresses because I'll have to print pictures of her to use at the location. And I just don't have a camera.

But at the end everything went fine. I've got not only a camera, but two and two excellent photographers (for free). Fortunally, the actress was free after 6 pm (when we finished our production workshop). Everything fell into place.

Now I have to get some sleep. Tomorrow we're shooting three projects. So we're going to start by 8 am and finish maybe at midnight. But before that I'll have to wake up at 4 am to plan my shoot list, choose the pictures and go to a place to print them. So what am I doing here writing? Good night!

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Acordar às 4 da matina. Caminhar pra burro. Carregar equipamentos pesados. Trabalhar o dia todo. Sanduíches como almoço. Trabalhar ainda mais. Parar só as 21h. Tentar dormir um pouco. Despertar às 4 novamente para planejar a nova filmagem. Essa é a minha vida. Quer dizer, eu não tenho vida. Entrei pro exército sem saber. Por favor, pára o mundo que eu quero descer!

Hoje eu estava reclamando com um amigo meu sobre isso. Ele está concluindo o programa de cinema de um ano. Esta semana tivemos três vezes horários abertos para pré-produção, algo como nove horas livres. Você acha a gente pode desfrutar essas horas? Na-na-ni-na-não. Você mal consegue pode dormir porque você tem que criar novas histórias, elenco os atores, decidir sobre o guarda-roupa e adereços, o plano de sua lista de filmar, etc

Você acha que o programa de um ano é mais fácil? Nem pensar! É o mesmo ritmo. Meu amigo senegalês me explicou que a escola faz isso de propósito. Querem nos fazer pensar como um diretor e trabalhar sob pressão. Você tem que ser capaz de pensar e agir rápido, encontrar soluções. Ok, faz sentido.

Mas todos os meus colegas (inclusive eu) estão pra lá de exaustos. É sério! Eu mal consigo raciocinar em Inglês ou Português. Então, eu tive que espremer meu cérebro hoje pra criar uma nova história para filmar amanhã. Eu já tinha uma história, mas era bem ruinzinha. Tava escrito na cara do meu professor quando eu contei do que se tratava.

Então eu fiz um esforço extra pra assistir a um filme até o fim (é a primeira vez que eu assisto algo aqui porque eu sempre estou tão cansada que durmo no início) e ver se tenha algumas idéias para movimentos de câmera. Então eu acordei às 4 da matina pra criar uma nova história com os mesmos quatro atores que eu já tinha escalado para amanhã. Os mesmos atores, mesmo figurino e mesmas locações! Estou me sentindo a própria equilibrista na corda bamba.

Ok, acho que talvez esta nova história seja menos pior. Então, isso é algo de positivo, né? A única coisa foi que eu precisava fazer era uma sessão fotográfica com uma das minhas atrizes, porque eu vou ter que imprimir fotos dela para usar na locação. E eu simplesmente não tenho uma câmera fotográfica.

Mas no final tudo correu bem. Eu consegui não só uma câmera, mas duas, além de dois excelentes fotógrafos (de graça). Felizmente, a atriz estava livre depois das 18h (quando nós terminamos o nosso workshop de produção). Tudo se encaixou perfeitamente.

Agora eu tenho que dormir um pouco. Amanhã nós vamos filmar três projetos. Então, vamos começar às 8h e terminar, com sorte, à meia-noite. Mas antes disso eu vou ter que acordar às 4h pra planejar a filmagem, escolher as fotos e ir a um lugar pra reproduzí-las. Então o que eu estou fazendo aqui escrevendo? Boa noite!

May 13, 2010

The distance between paper and screen | A distância entre o papel e a tela

If you love cinema and studied a little bit about it you've probably heard about the distance between the ideas in paper and the results on screen. Me too.

But one thing is to read about it and listen to other people complaining. Another thing is to experience that. And I'm not talking about the colaborative work that films are. It's not an issue about how a director or the crew can change the previous script.

Today I've seen the results of my first project, the mis-en-scene. Disappointing, I must say. I always thought of filmmaking as turning dreams, ideas, into "reality". But my product was far from what I've previously imagined.

1) First thing that I didn't like: the texture of Kodak 7222 film (200 ASA). It's too grainy. I don't know if we did something wrong, I'll have to ask my teacher. We seemed to have plenty of light with correct exposure.

2) I should've payed more attention to the actor's performance. They've done their best, of course. But there are some things that could've been improved if - again, if - I've had a monitor at the set (wich the school doesn't allow us to).

3) The absence of a monitor affected the framing as well. I think I explained very well to the Director of Photography but nevertheless the result was not exactly what I expected for. (Okay, we're all learning, right?)

4) Finally, I think the worse of all was my idea. It didn't worked as I expected. I've ended a little frustrated with my poor achievment. i know that I'm always too picky about myself, yeah. But maybe this time I'm just being realistic.

You'll check it yourself (and later tell me). I'll upload it as soon as possible. I've already edited it, but's missing the soundtrack. It's just a silent movie right now.

Well, I couldn't end this post without recognizing at least one good thing. We used a skate board to emulate a dolly (cause the school doesn't provide us with this kind of equipments on first assignments). I was really afraid that the images would seem to be dancing. No. It shaked a little bit but nothing much.

Tomorrow the projects will be sreened for comments on my class. Let's see what the teacher is going to say.

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Se você gosta de cinema e estudou um pouco sobre, provavelmente já ouviu falar sobre a distância entre as idéias no papel e os resultados na tela. Eu também.

Mas uma coisa é ler sobre ou ouvir as queixas usuais. Outra coisa é experienciar isso. E eu não estou falando do trabalho colaborativo que é o cinema. Não é uma questão sobre como um diretor ou a equipe pode mudar o roteiro durante as filmagens.

Hoje eu conferi o resultado do meu primeiro projeto, o mis-en-scène. Decepcionante, devo dizer. Eu sempre pensei em cinema como transformar sonhos, idéias, em "realidade". Mas o meu produto passou longe do que imaginei anteriormente.

1) A primeira coisa que eu não gostei: a textura do filme Kodak 7222 (200 ASA). É muito granulado. Eu não sei se fiz algo errado, vou ter que perguntar ao meu professor. Parecia que tínhamos luz suficiente com exposição correta.

2) Eu deveria ter prestado mais atenção à performance dos atores. Não é que eles tenham sido ruins. Eles deram o melhor. Mas há algumas coisas que poderiam ter sido melhoradas se - mais uma vez, se - eu tivesse um monitor no set (o que a escola não permite).

3) A ausência de monitor afetou também o enquadramento. Acho que expliquei bem o que eu queria à diretora de fotografia, mas mesmo assim o resultado não foi exatamente o que eu esperava. (Tudo bem, estamos todos aprendendo, né?)

4) Por último, o pior de tudo foi a minha idéia. Não funcionou como eu esperava. Fiquei um pouco frustrada com a minha humilde performance. Ok, eu sou sempre muito exigente comigo mesma. Mas desta vez estou apenas sendo realista.

Você vai conferir (e depois me fala). Vou fazer o upload assim que puder. Já está editado, mas falta a trilha sonora. Por enquanto, é apenas um filme mudo.

Bem, eu não poderia terminar este post sem reconhecer pelo menos uma coisa boa. Usamos um skate para simular um dolly (porque a escola não nos fornece esse tipo de equipamento nos primeiros trabalhos). Estava morrendo de medo de que as imagens parecessem estar dançando. Não. Balançou um pouco, mas nada demais.

Amanhã os projetos serão exibidos para comentários na aula. Vamos ver o que o professor vai dizer.

May 10, 2010

Five things that we can only learn from filmming | Cinco coisas que só se aprende filmando

It's official: I'm exausted. It seems that I'm studying Filmmaking for at least a month and there's only been a week! I've learned more than I could ever imagine in such a short time.

Today we've finished filmming our first projects. We've had two days to do that. The course works like this: during the weekend you learn how to do things (operating the camera, setting the light, production, permits, casting). On Sundays and Mondays, you practice what you've learned. There's no resting day. We just go on 24/7.

My crew has three people (counting with me). So we've shooted 3 projects (one for each). We have to carry all the equipment ourselves! It's heavy. Three girls on the road: one Brazilian, one Spanish and one Philippine. What an international crew, can you imagine us talking to each other?

But let's cut to chase. Our task was directing a shot to visually tell a story (beginning, middle, and end) in 30 seconds to 1 minute. A shot means everything filmed between turning on and off the camera. So you can have a close-up and a wide framing on the same called shot.

Seems so easy but it can become a nightmare. You have to pay close attention to the choice of lenses, distances, and angles. We have to rehearse a lot the shot for blocking of actors and camera until the scene works without needing to stop. Only then we should roll film. So we're talking about one hour to decide where to put the camera, setting the light and all the stuff. Plus at least one hour to rehearse with the actors for the camera.

They tell us we should use just one roll of black and white film, but I used two to be sure I'll have something reasonable after developing it. Each roll has 100 feet or 2 minutes and 45 seconds. So short! Goes like a snap of fingers.

(Just for you to know: there's no cameras with automatic focus. We have to do everything manually.)

So here's five things that I've learned from shooting:

1) The word "simple" gained a whole new meaning to me. Cause first, as a screenwriter, I thought only of the story not on how can it could actually be shooted. Now, operating the camera, measuring light, setting the focus and all that hard stuff made me realize simple is something that I'll have to get used to do.

2) Since we have to rotate in all the positions (screenwriter/director, director of photography and assistant camera) now I know what each one does. And the most important: I'm growing a huge respect for DPs and ACs. Trying to do what they do has been enlightening. Thanks God they exist!

3) Always set the speed of the Arriflex camera before loading it with film or you'll loose a lot of footage. Use a dummy load to do that since the camera has to be running in order to set. Another possibility is just get a camera with fixed speed. Trust me, if you ain't gonna use a different speed why having it on your camera?

4) Check if the reverse button is off. (That was our first huge mistake yesterday.)

5) Before going to the location double check if all the equipments are on the car. (One hour after arriving at the location we've realized that we've left the camera battery at home. We've lost one hour and a half at the traffic just to go back and get it.)

Other things that might be interesting:

1) We can know if the camera was loaded properly only by the sound the film does when is running inside the equipment. It's like a sewing machine.

2) Always be kind to the actors, specially when you're not paying them.

3) I think everything went fine with my project but I'll only be sure after viewing the developed film. Filmmaking is like that: lots of work, fun, pleasure and surprises.

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É oficial: estou exausta. Parece que estou estudando cinema há pelo menos um mês e não há apenas uma semana! Eu aprendi mais do que jamais poderia imaginar em tão pouco tempo.

Hoje terminamos de filmar nossos primeiros projetos. Tivemos dois dias pra fazer isso. O curso funciona assim: durante a semana você aprende a fazer coisas tipo operar a câmera, armar a luz, produzir, fazer casting e outros). Aos domingos e segundas-feiras, você pratica o que aprendeu. Não há dia de descanso. A gente vai direto os 7 dias da semana.

Minha equipe tem três pessoas (contando comigo). Então nós filmamos os três projetos (um de cada). Temos que carregar todos os equipamentos! É pesado pra burro. Três garotas: uma brasileira, uma espanhola e uma filipina. Eita equipe internacional, imagina a gente conversando!

Mas vamos direto ao ponto. Nossa tarefa era dirigir um shot contando visualmente uma história (começo, meio e fim) de 30 segundos a 1 minuto. Um shot significa tudo que é filmado entre ligar e desligar a câmera. Então você pode ter um close-up e uma paisagem nesse mesmo shot.

Parece tão fácil, mas pode se tornar um pesadelo. Você tem que prestar muita atenção à escolha das lentes, distâncias e ângulos. Nós temos que ensaiar muito para marcar a cena para os atores e a câmera até que tudo funcione sem a necessidade de parar ou cortar. Só então devemos rodar o filme. Então, nós estamos falando de uma hora pra decidir onde colocar a câmera, a configuração da luz e todas essas coisas. Mais pelo menos uma hora pra ensaiar com os atores para a câmera.

Eles nos dizem que devemos usar apenas um rolo de filme preto e branco, mas eu usei dois para ter certeza de que terei algo razoável depois de revelado. Cada rolo tem 100 pés ou 2 minutos e 45 segundos. Tão curto! Vai como um estalar de dedos.

(Só pra você saber: não há câmeras com foco automático. Temos que fazer tudo manualmente.)

Então aqui vão cinco coisas que eu aprendi nas filmagens:

1) A palavra "simples" ganhou um significado completamente novo pra mim. Porque em primeiro lugar, como roteirista, eu só pensava na história, não como poderia realmente ser filmada. Agora, operando a câmera, medindo a luz, definindo o foco e tudo o mais me fez perceber que o simples é algo que eu vou ter que me acostumar a fazer.

2) Uma vez que nós temos que nos revezar em todas as posições (diretor/roteirista, diretor de fotografia e assistente de câmera), agora eu sei o que cada um faz. E o mais importante: agora tenho um respeito enorme pelos DFs e ACs. Tentando fazer o que eles fazem tem sido esclarecedor. Graças a Deus que eles existem e eu não preciso fazer isso na vida real!

3) Sempre definir a velocidade da câmera Arriflex antes de carregá-la com o filme ou perde um bocado de filme (literalmente "queima o filme" rsrsrs). Use uma filme de teste pra fazer isso já que a câmera tem que estar rodando com filme pra acertar isso. Outra possibilidade é só pegar uma câmera com velocidade fixa. Confie em mim, se você não vai usar uma velocidade diferente porque tê-la em sua câmera?

4) Verifique se o botão de reverso está desligado. (Esse foi o nosso primeiro grande erro de ontem.)

5) Antes de ir pra locação verifique se todos os equipamentos estão realmente no carro. (Uma hora após chegar ao local é que fomos perceber que tínhamos deixado a bateria da câmera em casa. Perdemos uma hora e meia no trânsito só pra voltar e buscá-la.)

Outras coisas interessantes:

1) Nós podemos saber se a câmera foi carregada corretamente apenas pelo som do filme faz quando está rodando dentro do equipamento. Parece uma máquina de costura.

2) Seja sempre gentil com os atores, especialmente quando você não está pagando.

3) Eu acho que tudo correu bem com o meu projeto, mas eu só vou ter certeza depois de ver o filme. Cinema é assim: muito trabalho, diversão, prazer e surpresas.

May 06, 2010

Filmmaking: Becoming better and worse | Aprendendo cinema: cada vez melhor e pior

Things are falling into place. For the first time ever I'm seeing films in another way. When I watch them it's not only about the story and the performances anymore. Now I pay attention to the shots chosen by the director, try to figure out the lenses that were used and what would've been the lightning. It's funny. And such a short time, I've got it!

I mean It's not that I know everything at all. But I've never payed attention to that stuff before, I admit.

On the other hand, things are becoming worse. Because I'm realizing all the world that I have to create, meaning directing, casting, photography and the worst of my nightmares: producing.

I just hate producing. Thankfully, we're not dealing too much with budgets but make up schedules, find outfits and so it's such a hassle. Unfortunally, I have to face those and still find time to creative. Oh, my...

Today we've casted the actors. They're from the Nyfa acting classes, so I thought it should be easier. But, as matter of fact, was very hard. We've had all the directors and actors at the same room for auditions. And, after that, we had to book them. What happened is almost every director wanted to book the same actors. And we'll have only two days to shoot.

I almost got actorless and I'll have to deal with schedules to fit in my shooting. Awful! Tomorrow is gonna be a long long day...

Production undesirable effects: less sleep hours and more exaustion. Good night.

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As coisas finalmente estão se encaixando! Pela primeira vez, estou vendo filmes de outra maneira. Agora não vejo mais somente a história e as performances dos atores. Presto atenção aos planos escolhidos pelo diretor, tento descobrir as lentes e o tipo de iluminação usados. Engraçado como isso aconteceu em menos de 24h!

Não é que agora eu já saiba tudo. Eu só nunca havia prestado muita atenção a essas coisas antes, admito.

Por outro lado, as coisas estão piorando. Porque estou percebendo todo o mundo que eu tenho que criar, ou seja, direção, elenco, fotografia e o pior dos meus pesadelos: produção.

Eu simplesmente odeio produzir. Felizmente, não estamos lidando muito com orçamentos, mas estabelecer cronogramas, providenciar roupas e acessórios cênicos é o que há. Infelizmente, tenho de encarar isso e ainda encontrar tempo para a parte criativa. Aff...

Hoje fizemos o casting dos atores. Eles são das turmar de atuação da NYFA, então eu pensei que seria mais fácil. Que nada. Todos os diretores e atores na mesma sala para os testes. E, depois disso, nós tivemos que agendar com eles as filmagens. Só quase todo diretor queria reservar os mesmos atores. E nós vamos ter apenas dois dias para filmar.

Resultado: quase fiquei sem atores e vou ter que dar um jeito nos horários pra dar tempo de filmar tudo. Um horror! Amanhã vai ser um dia bem longo...

Efeitos da produção eminente: menos horas de sono e total exaustão. Inté.

May 04, 2010

Time's running! | Fotografia e matemática

On my second day, after lunch, I came up with an idea wich I thought's pretty good - but too complicated to produce this week 'cause it envolves casting a kid. So I'm in ground zero again. That's why I can't write too long today.

We've started with more orientations about photography: ISO, ASA, f/stop -- things I've never got to understand completely before or now. It's a hassle to get all that. Fortunately, my teacher calmed us assuring that eventually those data'll sync for us. Hopefuly sooner!

Then, another class about all the things that we should do before shooting, like pre-production: filling forms, asking for permits, casting and so. Pretty desperating, so much to do in a short time!

Tomorrow we're gonna spend the whole day on a park testing the cameras -- and ourselves. Can we really shoot properly? Let's find out!

But the main question is: what should we shoot? What'll the story for Sunday? Oh, my Gosh, I have to hurry up! See you!

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Depois do almoço tive uma idéia bem legal pro curta do final de semana - mas muito complicada de produzir porque envolve casting de uma criança. Então, voltei pra estaca zero novamente. Por isso não posso escrever muito hoje. A noite é longa.

Pela manhã, começamos com mais orientações sobre fotografia: ISO, ASA, f/stop - coisas que eu nunca consegui entender completamente, nem antes nem agora. Felizmente, o professor nos acalmou garantindo que, eventualmente, a ficha vai cair. Espero que isso aconteça logo!

Depois, tivemos uma aula sobre todas as coisas que devemos fazer antes de filmar, tipo pré-produção: um monte de formulários, pedidos de autorização, etc. É desesperador ter tanta coisa pra fazer em um curto espaço de tempo!

Amanhã nós vamos passar o dia todo num parque testando as câmeras - e nós mesmos. Será que a gente consegue dar conta do recado? Digo, dar conta bem, né?

Mas a pergunta que não quer calar mesmo é: o que vamos filmar no domingo? Qual é a história? Aff, tenho que pensar rápido! Inté!

May 03, 2010

First day: Load up and go! | Aulas: a invasão dos brasileiros!

First day of Filmmaking classes! Yes! After all papers filling and signing, we've finally started. I have 11 coleagues and 3 of them are Brazilians as well. So 1/3 of the students are from my country. We rule! Also have 2 Spanishes, 1 Mexican, 1 Hungarian, 1 Philippine and 1 from Singapore. That leaves us with just 1 American in class. Oh, I think I'm missing someone. I'll check it tomorrow.

Our first class was Director's craft. Teacher remembered us all kinds of shots available, types of lenses, camera angles, camera movements and stuff.

After lunch, Hands on camera class. We've learned how to load a 16mm camera with film. It's kinda tricky, but after you've done twice you're ok, I guess. On Wednesday, we're going to a park and try some shooting.

And on Sunday we'll have to shoot our first short film, can you believe that? Everybody thinks it's just too sudden. It's quite of a challenge, isn't it?

We're supposed to create a mis-en-scéne. That means to tell a story in just one shot of 45 seconds up to 2 minutes. No idea crossed my mind yet. But I have to figure out fast, 'cause we ough to produce it (choose locations, find actors and so)! Oh, my!

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As aulas finalmente começaram hoje. Yes! Primeiro, a parte chata: conferir documentos e assinar papéis e mais papéis. A turma é pequena: 12 pessoas, sendo que mais três são brasileiros. Ou seja, 1/3 dos alunos é do Brasil. Tamos com tudo! Tem também dois espanhóis, um mexicano, um húngaro, uma filipina e um de Cingapura. De americano mesmo só tem um. Acho que eu tou esquecendo alguém. Amanhã eu confiro essa conta.

A primeira aula foi de direção. O professor relembrou rapidamente todos os tipos de tomadas disponíveis, os tipos de lentes, os ângulos e movimentos de câmera e outras coisas do gênero.

Depois do almoço, aula prática de câmera. Aprendemos a carregar uma 16mm com filme. É meio complicado, mas depois de ter treinado umas duas vezes ou três vezes dá pra se virar bem. Na quarta, vamos a um parque para praticar isso e alguns takes.

E no domingo já vamos ter que filmar nosso primeiro curta, acredita? Super em cima da bucha. Tá todo mundo meio cabreiro com isso.

O exercício é criar um mis-en-scène. Isso significa contar uma história em apenas uma tomada de 45 segundos até dois minutos. Ainda não tive nenhuma idéia decente. Mas tenho que descobrir rápido, porque nós ainda temos que providenciar a produção (atores, locação, etc.)! Aff!