December 31, 2010

It's freakin' awsome and beat Avatar's box office! | O nota 10 que já bateu 'Avatar'!


*WATCH THE TRAILLER WITH ENGLISH SUBTITLES!*

Spending my vacations in Brazil, I finally watched the Brazilian film "Tropa de Elite 2" (Elite Squad 2), the biggest blockbuster of all times in my country and selected for Sundance in 2011. I've never felt so proud of a Brazilian film. It's wonderfully written, well directed and freaking good edited. It's perfect! I wish I could've worked on it!

Honestly, if it doesn't win the Oscar next year, I have no idea what else could win.

This month the movie beat the box office of "Avatar" in Brazil. More than 11 million viewers. Yesss!



Nas minhas férias de final de ano no Brasil, finalmente assisti ao "Tropa de Elite 2", o maior sucesso de todos os tempos no país e selecionado para Sundance em 2011. Nunca me senti tão orgulhosa de um filme brasileiro. É maravilhosamente escrito, bem dirigido e bem editado. É perfeito! Eu gostaria imensamente de ter trabalhado nele!

Sinceramente, se não ganhar o Oscar ano que vem, não sei o que pode ganhar mais.

Este mês o filme bateu a bilheteria de "Avatar" no Brasil. Mais de 11 milhões de espectadores. Yesss!

December 19, 2010

I've never studied screenwriting, should I go to Nyfa? | Nunca fiz curso de roteiro, devo ir pra Nyfa?

Gabriela,

First of all, congratulations on the blog, a beacon to guide Brazilians adventurers wishing to face the Hollywood jungle in search of their dreams.

I have a huge interest in pursuing a career as a screenwriter. I am passionate about movies and especially about Brazilian soap operas.

I haven't been on any acreewriting course, just count on the knowledge acquired in Syd Field's and Doc Comparato's books. I'd like to know details about Nyfa's 8-week screenwriting course in LA. I'd also like to know if it's feasible to do so, from the standpoint of technique, someone like me who wants to work on the Brazilian television market.

Thank you for listening.

Rafael
Hi, Rafael:

Thanks for the compliments. I'll answer you with a question: have you ever re-read a classic book you've read as a teenager and had a completely different experience from the previous one? You could see and understand things that you couldn't before?

I believe studying at NYFA will be exactly the same thing. I don't know details of this course, because I study filmmaking, but all Nyfa courses are intense -- and include both beginners and people who already have previous knowledge. But those who have previous experience can take more advantage of the lessons, in my opinion, because they can clearly discern what is important and basic, from what is advanced ad precious. Those people won't be overwhelmed by tons of information in a short period of time. Nothing prevents a beginner from reaching all objectives, sure, but he/she will have to struggle more.

You should also consider the cost-benefit in your decision. It's almost like you're looking to buy a BMW just to learn how to drive, isn't it? Why not practice first in a Fiat Palio and invest your money after learning the basics, on an upgrade?

From what I understand, you live in Campinas city. Just an hour from you, at the capital, São Paulo, there are good courses that cost less than 10% of you'll need to come to LA. Check AIC, for example. I studied creative writing there and it was quite fruitful. (They have the screenwriting course too). Another place to check is O_Barco. They have workshops with great writers. Another option is the Dramatic Arts Center of Sesi. Each year, they select a group of beginners and train them for free, including bringing in professionals from the UK to teach, through an agreement with the British Council. There are free lectures open to the public as well.

Keep in mind that I'm not saying these things to discourage you. On the contrary. But if you want to become a professional, you must know the market in which to insert yourself -- and you have to meet people, network is key!

Becoming a writer is something that takes time. First you learn how to say things, to tell a story following techniques. Then, you have to figure out (on your own) what you want to tell the world, what stories you want to tell. This is the hardest part. Therefore, it is a profession that combines techniques and emotional/intellectual maturity. Unless you have already achieved this, an 8-week course probably will not take you there. I'm still on this journey, after years of continued study.

But to make your life easier, here is the recipe to be a good writer: 1) Practice as much as possible, always write. 2) Get one or more victims (LOL) that know screenwriting to read and critique honestly what you have produced. 3) Be humble and listen without criticism retort, then rewrite several times until it gets good, according to what was said.

PS: The best environment to find these vitims is at a screenwriting course. There, you'll also be able to compare what you write with what others create. You may find you need to work much harder than you thought. Or your natural talent may surprise you, who knows?

Hugs and good luck,

Gabriela


Gabriela,

Primeiramente, parabéns pelo blog, um verdadeiro farol a orientar os aventureiros brasileiros que desejam incursar na selva Hollywoodiana em busca de seus sonhos.

Tenho um enorme interesse em seguir a carreira de roteirista. Sou apaixonado, por filmes, séries e, principalmente,telenovelas.

Ainda não fiz nenhum curso especifico de roteiro, apenas conto com o conhecimento adquirido em livros como o do Syd e do Doc Comparato. Gostaria de saber detalhes sobre o curso de roteiro da NYFA em L.A, em especial o de 8 semanas, e se seria viável faze-lo, do ponto de vista da técnica, alguém como eu que pretende atuar no mercado brasileiro (em especial o de televisão).

Agradeço a atenção.

Rafael
Oi, Rafael:

Obrigada pelos elogios. Vou te responder com uma pergunta: você já releu um livro clássico que tinha lido quando era adolescente e teve uma experiência completamente diferente da anterior? Você conseguiu perceber e entender coisas que antes haviam passado batido?

Então, estudar na Nyfa vai ser exatamente a mesma coisa, acredito eu. Não conheço detalhes desse curso, porque estudo filmmaking, mas todos os cursos aqui são intensos -- e contemplam tanto iniciantes quanto pessoas que já têm uma bagagem. A diferença é que quem tem experiência prévia (e domínio do inglês) consegue tirar melhor proveito das aulas, na minha opinião, porque já consegue discernir claramente o que é importante, mas básico, do que é avançado. A pessoa não vai ficar soterrada em toneladas de informação num curto período de tempo. Nada impede que o iniciante alcance todos os objetivos propostos, mas vai ter que se esforçar muito mais.

Você deve considerar ainda o custo-benefício na sua decisão. É quase como se você estivesse querendo comprar uma BMW pra aprender a dirigir, entende? Porque não praticar primeiro em um Fiat Palio e investir suas fichas posteriormente em um aprimoramento?

Pelo seu DDD, deduzo que você seja de Campinas ou cidade adjacente. Em São Paulo capital, há bons cursos, nos quais você pode investir menos de 10% do que vai precisar pra vir pra LA. Veja a AIC, por exemplo. Estudei escrita criativa lá e foi bem proveitoso. (Eles têm o curso de roteiro também). Outro lugar pra checar é o_barco. Eles têm oficinas com roteiristas e escritores de primeira linha. Outra opção é o Núcleo de Dramaturgia do Sesi. Eles selecionam anualmente um grupo de iniciantes e treinam essas pessoas gratuitamente, trazendo inclusive profissionais do Reino Unido para dar aulas, através de um convênio com o British Council. Há palestras gratuitas abertas ao público também.

Tenha em mente que não estou dizendo essas coisas pra te desanimar. Pelo contrário. Mas se você quer se tornar um profissional, tem que conhecer o mercado em que pretende se inserir -- e tem que conhecer gente, fazer contatos na área.

Tornar-se roteirista é algo que leva tempo. Primeiro você aprende como dizer as coisas, como contar a história seguindo técnicas. Daí, você tem que descobrir (por conta própria) o que quer dizer ao mundo, que história quer contar. Essa é a parte mais difícil. Portanto, é uma profissão que une técnica e maturidade emocional/intelectual. A não ser que você já tenha alcançado isso, um curso de 8 semanas provavelmente não vai te levar até lá. Eu mesma ainda tou nessa jornada, depois de anos de estudo contínuo.

Mas pra facilitar a sua vida, aí vai a receita pra ser um bom roteirista: 1) Pratique o máximo que puder, ou seja, escreva sempre. 2) Arranje uma ou mais cobaias que entendam de roteiro pra ler e criticar sinceramente o que você produziu. 3) Seja humilde e ouça as críticas sem retrucar, depois reescreva várias vezes até ficar bom, de acordo com o que foi dito.

PS: O melhor ambiente pra encontrar essas cobaias é em um curso de roteiro. Lá você vai inclusive poder comparar o que você escreve com o que os outros criam. Talvez você descubra que precisa se esforçar muito mais do que imaginava. Talvez você se surpreenda com o seu talento natural, quem sabe?

Bjs e boa sorte,

Gabriela

December 13, 2010

Can I study at Nyfa without a College degree? | Posso estudar na Nyfa sem ter graduação?

Hi, Gabriela,

I want so badly to study at NYFA, but I don't have a degree. Could I take the course of one year without having graduated?

I spoke to NYFA. They sent me a magazine that explains all courses, but I wanted to talk to someone who studies there, to know how things happen, so I found your blog.

I plan to go to NY early next year (2011). I want your advice. What do you think about me trying to go to NY to study film without having a degree in Brazil? And the financial issue, is it worthwhile? Is it very expensive to live in LA? Can we work to support ourselves while studying?

Please answer me. It is a pleasure to talk to someone that has the same dream as mine.


Fernanda

Hi, Fernanda:

NYFA has courses for all profiles, including for students who have no degree. In fact, Nyfa has a three-year bachelor course. The most important thing is to have a good level of English and, preferably, some knowledge about cinema, to facilitate the intensive learning that the school provides (check more on that here).

However, it was unclear to me what is your focus. In your email, you mention that you always thought in studying Architecture and now you work doing illustrations, after studying Visual Communication. Do you want to be a director? A writer? A cinematographer? Do you want to work as a storyboarder? Or do you want to be an art director/production designer? Do you want to work with animation? These are all things that unite cinema and your pre-existing interests.

NYFA's courses focus primarily on writing, direction, cinematography and editing. We also practice something of production and production design in our projects, but the emphasis is on the issues I mentioned first. Therefore, you have to evaluate whether this is just what you want. Of course learning is always beneficial, and even if you decide to follow an area not covered by the course, it is still valid to know the basic functioning of each film segment.

But if you want to be a production designer - that is art director, for Brazilians - there is a school called AFI here in Los Angeles, which has a specific course for that, which lasts two years. I do not have much information. But I know is very reputable and has a very strict selection, from what I've heard. Sorry but I have no knowledge about New York schools.

Cinema is not an activity that requires a diploma, but you must have thorough knowledge of film history, storytelling, visual language, philosophy and psychology, among other things. That is, you ough to enjoy studying. So a person who is considering doing a one year course because has no patience for studying four years at college is quite wrong - I believe this is not your case.

Working while studying is out of question because we have classes generally 8 hours per day and extra-class activities thereafter. It is a life of complete dedication to studying and learning (see more here).

In the FAQs section, there are other answers to your doubts. Please, take a peek there.

Good luck!



Oi, Gabriela,

Tenho mta vontade de estudar na Nyfa, mas ainda não tenho uma graduação. Será que poderia fazer o curso de 1 ano sem ter feito graduação?

Já falei com a Nyfa. Eles me mandaram uma revista que fala de todos os cursos, mas eu quero conversar com alguém que estuda lá, pra saber como as coisas acontecem, por isso encontrei seu blog.

Planejo ir para NY no começo do ano que vem (2011). Quero seus conselhos. Vc acha bom eu ir pra NY tentar estudar cinema sem ter feito uma graduação no Brasil? E a questão financeira se compensa, se é muita caro viver em LA, se dá pra trabalhar pra se sustentar enquanto estuda?

Por favor me responda. É um prazer falar com alguém q tenha o mesmo sonho q o meu.

Fernanda

Oi, Fernanda:

 A Nyfa tem cursos para todos os perfis, inclusive para quem não tem graduação. Inclusive, eles têm o curso de graduação, que dura três anos. O mais importante é dominar o inglês e, preferencialmente, ter algum conhecimento sobre cinema, para facilitar o aprendizado intenso que a escola proporciona (veja mais sobre isso aqui).

No entanto, não ficou claro pra mim qual é o seu foco de interesse. No seu email, você menciona que sempre pensou em cursar arquitetura e que hoje trabalha fazendo ilustrações, depois de estudar comunicação visual. Você quer ser diretora? Roteirista? Cinematógrafa? Quer trabalhar em cinema fazendo storyboards? Ou quer ser diretora de arte? Quer trabalhar com animação? Tudo isso são coisas que unem cinema e os seus interesses pré-existentes.

Os cursos da Nyfa focam principalmente em roteiro, direção, cinematografia e edição. Praticamos também algo de produção e direção de arte nos nossos projetos, mas a ênfase é nos temas que eu citei primeiro. Portanto, avalie se é isso mesmo que você quer. Claro que o aprendizado sempre será proveitoso e, mesmo que você resolva seguir por uma área que não é coberta pelo curso, não deixa de ser válido você conhecer o funcionamento dos segmentos básicos do cinema.

Mas se você quer ser diretora de arte -- ou seja, production designer --, existe uma escola chamada AFI aqui em Los Angeles, que tem um curso específico pra isso, com duração de dois anos. Não tenho muitas informações. Mas sei que é bastante conceituada e tem uma seleção bastante rígida, pelo que ouvi dizer. Não sei se tem cursos assim em Nova York.

Cinema não é uma atividade que exija diploma, mas é necessário ter conhecimento profundo de história do cinema, técnicas narrativas, linguagem audiovisual, filosofia e psicologia, entre outras coisas. Ou seja, tem que gostar de estudar. Então uma pessoa que pensa em fazer um curso de um ano porque não tem paciência de estudar quatro em uma faculdade está redondamente enganada -- acredito que esse não seja o seu caso.

Trabalhar enquanto estuda está fora de questão, porque temos aula geralmente 8 horas por dia e atividades extra-classe depois disso. É uma vida de dedicação absoluta ao estudo e aprendizado (veja mais aqui).

Na seção FAQs há outras respostas pralgumas dúvidas que você parece ter. Dá uma olhadinha lá.

Boa sorte!

December 12, 2010

Brazilian director gets rid of Hollywood distributors and distributes his blockbuster himself | Padilha dispensa distribuidor americano e comercializa filme ele mesmo

Tropa de Elite 2 (Elite Squad 2) is a sequel about Captain Nascimento, in charge of a special unit to fight drug traffic in Rio de Janeiro slums. His methods are highly questionable, like torture and massive killing. He has also to deal with corruption inside police. The first film won the Golden Bear in Berlin (2008). This sequel was already seen by 11 million people, being the most seen movie in Brazilian history. It is selected for Sundance 2011. The script is written by the Brazilian Braulio Mantovani, Academy Award nominee for "City of God" (2002).

On this interview, the director of the biggest Brazilian blockbuster ever, José Padilha, tells why he has decided to distribute the film on his own instead of hiring one of the major Hollywood distributors that dominate the Brazilian film market.
US versus BRAZIL

"In Brazil, the producer is the most at risk in the process of producing a movie, he's the one that comes with the most money. So it doesn't make sense that we pay a high fee for distributors or leave everything in their hands, like commercial rights. In the U.S., the film is financed by distributors. So it makes sense that money from the sale of the film go to the account of the distributor, for him to retrieve his money first. But in Brazil the producer should control the revenue of the film. And if he uses a distributor, he pays this guy and not vice-versa. So I decided to ride in my producing a distribution infrastructure to jump this chain link."

"A distributor is more than an intermediary. He holds the commercial rights of films, decides how much to invest in marketing, how many theaters will show the film. He has a portfolio of films and not necessarily is interested in screening your film. The "Elite Squad 2" was screened in several movie theaters. Some major distributor would have shown the film in as many rooms? I don't know. And another question: where the distributor earns more? In a Brazilian film that he will screen or an American one that he distributes? It is likely that he favors the U.S., if he earns more. This will be one more reason for us to look closely at this alternative model."

MERCHANDISING

"I have already received a large number of proposals to make videogames, dolls and I refused all. I don't want my film, which has a serious social content, turned into a game that encourages children to shoot."



Ótima entrevista com José Padilha, diretor do megasucesso nacional "Tropa de Elite 2", publicada pela revista Época Negócios:

“A ascensão da classe média impulsiona o cinema no Brasil”, diz José Padilha

O diretor de Tropa de Elite acredita que o cinema é, dentre as indústrias criativas, a mais cara e arriscada e, por isso, precisa de tanto incentivo. Confira a entrevista com o cineasta

Por Raquel Salgado

Shutterstock; Folha Imagem
José Padilha dirige uma cena de Tropa de
Elite 2. Nos bastidores, o cineasta procura um
novo modelo para a indústria cinematográfica
Sentado em cadeira, com um dos pés apoiados sobre a mesa numa das salas de sua produtora, um sobrado no bairro do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, o cineasta José Padilha, disse a Época NEGÓCIOS que o cinema é, dentre as indústrias criativas, a mais cara e arriscada. E, por isso, segundo ele, depende tanto de incentivos fiscais. Mas Padilha, que é formado em administração de empresas, afirma que o sucesso de filmes como Tropa de Elite 1 e 2 está ajudando o cinema brasileiro a se sustentar como negócio e, aos poucos, caminhar mais com as próprias pernas.

Além disso, o progresso tecnológico, que ajuda a baratear os custos de produção e de distribuição dos filmes, aliado à ascensão da classe média como um forte consumidor de produtos de lazer, na opinião do cineasta, tende a impulsionar o cinema brasileiro nos próximos anos. A seguir, os principais trechos da entrevista:

Época NEGÓCIOS -Você se vê como um homem de negócios?
JOSÉ PADILHA - Minha primeira preocupação ao fazer um filme é o que vou dizer e com quem vou falar através dele. Se faço um filme como o Garapa (documentário lançado em 2008), que é para poucas pessoas que debatem o tema da fome no Brasil, desde o começo sei que é um filme de arte, vai gerar pouca receita e precisa de incentivo fiscal. Então não vou correr risco com ele, porque é um filme “anti-econômico”. Mas isso não significa que não vou me dedicar a ele. Porém, como por um acaso minha técnica de filmar e meu estilo caíram no gosto de um público grande, com o Tropa de Elite, entrei em contato com o lado comercial do cinema. Isso é bom, porque minha empresa precisa sobreviver para que eu possa fazer cada vez mais filmes. Então, quanto estou filmando, sou 100% cineasta. Quando não, participo mais do lado administrativo e de negócios da produtora.

EN- Tropa de Elite 2, além de ter sido um sucesso de bilheteria, movimentou outros negócios, como a venda de camisetas e livros. É uma forma de potencializar lucros?
JP- Sim, mas no Brasil ela ainda é irrisória e nem fomos nós que comercializamos isso. O cinema não pode depender desse tipo de receita. Até porque isso não acontece com todo filme. No Tropa de Elite, em particular, já recebi um número grande de propostas para fazer videogames, bonecos e recusei todas. Eu não quero que meu filme, que tem um conteúdo social sério, vire um videogame que estimule as crianças a darem tiros.

EN- Por que você decidiu montar uma estrutura para distribuir o filme, ao invés de ter um distribuidor externo?
JP - No Brasil, é o produtor quem corre mais risco no processo de produção de um filme, pois é o que entra com a maior parte do dinheiro. Então não faz sentido pagarmos uma taxa alta para os distribuidores nem deixarmos tudo na mão deles, como todo o direto de comercialização. Nos Estados Unidos, o cinema é financiado pelos distribuidores. Então faz sentido que o dinheiro da venda do filme entre na conta do distribuidor, para ele se pagar primeiro. Eu acho que no Brasil quem deveria controlar a receita do filme é o produtor. E se ele usa um distribuidor, então ele paga esse cara e não vice-versa. Então resolvi montar dentro da minha produtora uma estrutura de distribuição para pular esse elo da cadeia.

EN - No fim das contas, esse novo modelo de distribuição gerou mais lucro?
JP - Sim, porque um distribuidor é mais do que um intermediário. Detém o direto de comercialização dos filmes, decide quanto vai investir em marketing, em quantas salas vai exibir o filme. Ele tem uma carteira de filmes e não necessariamente tem interesse em passar seu filme. O Tropa de Elite 2 foi exibido em muitas salas. Alguma grande distribuidora teria exibido o filme em tantas salas? Não sei. E tem outra pergunta: onde a distribuidora ganha mais? Num filme brasileiro que ela vai exibir ou num filme americano distribuído por ela mesma. É provável que ela privilegie o americano, se ganhar mais. Essa á mais uma razão para a gente olhar com atenção para esse modelo alternativo.

EN - O cinema é, no Brasil, o segmento da economia criativa com a maior estrutura de incentivos. Por que isso acontece?
JP - O cinema é uma indústria criativa que, na média, é mais cara do que as outras. É mais caro fazer um filme do que um DVD, do que um site na internet, ou um CD de música. O risco envolvido no empreendimento é alto. Tanto que só existem dois lugares no mundo onde cinema é rentável sem incentivo fiscal: Estados Unidos e Índia, com Bollywood. Nos outros lugares, de um jeito ou de outro, o cinema é incentivado. A França faz isso, a Inglaterra, a China, o Japão, o Canadá, o Brasil. Nesses países, o cinema existe por uma decisão deliberada de que é necessário fazer cinema, porque através dele se exporta cultura, modo de vida, marcas. Por exemplo: as pessoas compram a calça jeans que o herói americano usa. Acho que é uma política acertada. Mas também acho que, aos poucos, é importante tornar o cinema o mais economicamente viável possível sem ou com menos incentivos.

EN - Quais os maiores entraves para que o Brasil exporte seus filmes?
JP - A língua é uma barreira. Mas ela é para todos os países, menos para o cinema americano. Eu não sou a favor de que o Brasil faça filmes em inglês. Afinal, queremos exportar a nossa cultura e a língua faz parte dela. Acho que bons produtos, bons filmes, viajam apesar da diferença de língua. Temos exemplos como Cidade de Deus, Central do Brasil e o próprio Tropa de Elite.

EN - Para crescer mais o cinema brasileiro precisa fazer sucesso também em outros países?
JP - Não acho que o cinema no Brasil deva ser orientado para o mercado internacional. O mercado nacional vale mais em termos de receita. Se paga menos por esse tipo de filme lá fora porque, sendo legendado, é apenas mais um entre centenas. Aqui não, ele é feito sob demanda para o público brasileiro. Acho que à medida que fizermos filmes com mais recursos, mais qualidade técnica e melhor dramaturgia, é provável que se consiga preços maiores para exportar. Há outro detalhe: normalmente muitos filmes são exportados empacotados. O distribuidor compra dez, vinte filmes para lançar em outros países. O crescimento do volume de produção vai nos ajudar a empacotar e exportar isso.

EN - Qual a perspectiva para o cinema brasileiro como negócio nos próximos anos?
JP - Acho que é muito positiva. Além de, tecnicamente, os filmes estarem melhores, a ascensão da classe média trouxe um novo público aos cinemas. Junto a isso, o avanço das novas tecnologias tem ajudado a reduzir os custos de distribuição dos filmes, o que poderá impulsionar ainda mais o setor.

EN - Qual o impacto da massificação do uso da internet no mercado de cinema?
JP - O cinema perde um pouco de espaço porque as pessoas podem baixar muita coisa e assistir em casa. Mas, nos Estados Unidos, já há uma mudança no padrão do consumo de cinema. Neste ano, a receita do setor foi maior do que em 2009, mas o número de tíquetes vendidos foi menor. Significa que estão cobrando mais caro. Começaram a fazer grandes espetáculos, salas diferenciadas, exibição em 3D. E aí é possível cobrar mais pelo ingresso. Aqui isso vai demorar para acontecer, porque estamos em um estágio anterior: temos uma grande quantidade de pessoas que ainda não tem acesso ao cinema. Precisamos ainda aumentar o número de salas de exibição.

December 07, 2010

Learning from Ron Howard in person | No tête-a-tête com Ron Howard


Just got back from a lecture by the director Ron Howard ("A Beautiful Mind", "Apollo 13"), sponsored by Nyfa at Warner Brothers. Awsome to get in touch with his experience!

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Acabo de voltar de uma palestra com o diretor Ron Howard ("Uma Mente Brilhante", "Apollo 13"), promovida pela Nyfa na Warner Brothers. Show de bola ver o cara de perto e ouvir ele falando sobre sua experiência!

December 03, 2010

Blog reader becomes Nyfa student after learning about the school here | Leitor do blog vira aluno da Nyfa depois de conhecer a escola aqui


On Facebook, another happy Brazilian who got to know Nyfa through this blog and became a fellow filmmaking student. Yay!

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No FB, mais um brasileiro que conheceu a escola através deste blog e se tornou aluno. Yu-hu!

November 28, 2010

Brazilian site interviews me! | Site MNCS publica perfil sobre mim e meu blog!


The Brazilian site "Mulheres no Comando Sempre" (Women in Charge Always) posted a profile interview with me. You can check it here. I promisse to translate it to English ASAP!



O site "Mulheres no Comando Sempre" publicou uma entrevista perfil comigo. Você pode acessar aqui!
Formada em Psicologia e Jornalismo, com especialização em escrita criativa e mestrado em cinema, conheça junto comigo um pouco mais desta profissional que esta mergulhada no cinema em L.A - escreve um blog sobre suas experiências e disse que já viu famosos nas ruas de Los Angeles

November 20, 2010

Why Hollywood is global? | Por que Hollywood é global?


The Scene (Brazilian Analysis Centre of Cinema and Audiovisual) translated an interesting article by Janet Wasko, Director of Research in Communication at the University of Oregon (USA).

The author points out cultural and economic reasons for the success of American movies, which control about 75% of the distribution market outside the U.S.. Interestingly, the revenue from ticket represents only 26% of the total achieved by a film. The rest comes from global sales of videos and DVDs.

Among the cultural reasons for this success would be a kind of "narrative transparency" inherent in American films, which would have a" universal appeal", even easier by the widespread use of English worldwide.

Another interesting fact is that American movie audiences goe to the movies a lot, accounting for 44% of box office worldwide. "Actually, the foreign market for Hollywood films is dictated by the release schedules in the U.S.," says the author. Janet Wasko also points out another interesting fact:
Foreign films are curiously absent from American cinema. A frequent explanation is that Americans are not interested in films from other countries. But there is also evidence that foreign films have some difficulty to enter the American movie theaters.

READ FULL ARTICLE (in Portuguese) HERE.



Janet Wasko
O Cena (Centro de Análise do Cinema e do Audiovisual) traduziu um artigo interessante de Janet Wasko, diretora de Pesquisas em Comunicação da Universidade de Oregon (EUA).

A autora aponta razões culturais e econômicas para o sucesso dos filmes americanos, que controlam cerca de 75% do mercado de distribuição fora dos EUA. Curiosamente, a receita proveniente das bilheterias corresponde somente a 26% do total alcançado por um filme. O restante vem das vendas mundiais de vídeos e DVDs.

Entre os motivos culturais para esse sucesso, estaria uma espécie de “transparência narrativa” inerente aos filmes americanos, que teriam um “apelo universal”, facilitado ainda mais pelo uso generalizado do inglês em todo o mundo.

Outro dado interessante é que o público de cinema americano é um dos que mais vai ao cinema, sendo responsável por 44% da bilheteria do mundo. "Na verdade, o mercado estrangeiro para filmes de Hollywood é pautado pelos cronogramas de lançamento nos EUA", diz a autora. Janet Wasko ainda aponta outro dado interessante:
Os filmes estrangeiros encontram-se curiosamente ausentes das salas de cinema americanas. Uma explicação freqüente é que os americanos não se interessam por filmes de outros países. Mas também há evidências de que os filmes estrangeiros encontram certa dificuldade para entrar nas salas de cinema americanas.

LEIA O ARTIGO COMPLETO AQUI.

November 08, 2010

Photographers document the world in a striking exhibition at The Getty museum

The exhibition "Engaged Observers: Documentary Photography since the 60's" at The Getty Center (LA) is simply striking. Makes me wonder what am I doing here. Where's my backpack? I must see this world with my own eyes before I die -- and, of course, do something about it.

It's inexcusable not to visit the exhibition, if you are in LA, and take a peek especially at the Brazilian (yay!) Sebastião Salgado's "Migrations: Humanity in Transition" (2000):

Sebastião Salgado -- Orphanage at a hospital in Kibumba Number One camp (Zaire, 1994)

And at Philip Jones Griffiths' "Vietnam Inc." (1971), a critical account of America's armed intervention in Southeast Asia:

Philip Jones Griffiths -- Vietnam (1967)

 And, last but not least, at Mary Ellen Mark's "Life" (1983), about teenagers living on the streets in Seattle:

Mary Ellen Mark  -- "Rat" and Mike with a Gun, Seattle (1983)

MORE INFO: The Getty Center.

November 06, 2010

Laugh until it hurts with 'Due Date'!



"Due Date" is freaking HI-LA-RI-OUS! I haven't laughed so hard on a movie in years. Great dialogues, great performances. Seriously, I cried out of so much laughter. You gotta see this...

November 05, 2010

Can we get a scholarship for the 1-year Filmmaking course? | Tem como conseguir bolsa pro curso de 1 ano?

Hello, Gabriela.

First, congratulations on the blog. It clarified many doubts about the trip to LA I want to do in March 2011, to spend eight weeks studying Filmmaking. However, I still have a few:

1 - Have you got some kind of scholarship to attend the one year filmmaking? Is it relatively easy to get that or is there too much bureaucracy? How much is the discount?

2 - Considering the price of staying in LA and my goals, is it worth to do the 8 week workshop? Will I have a good sense of lighting, directing, producing, editing? My reel will be relevant enough to help me find employment here?

3 - I saw in the FAQs section on this blog that there are cheaper accommodations and there is a flat next to the school for $ 2,000 and can be shared with others. Could you tell me the name of the flat?

4 - There's also USC. have you heard of it? Good? Bad? People often compare USC with Nyfa? What do they say?

Thank you and sorry if I asked a lot of questions.

I wish you luck and success.

Bruno
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Hi, Bruno:

I'll answer your questions in chapters. Follow the blog! LOL Today is nrs 1 and 3.

To help answering the first one, I have to remind you that Nyfa is located in the country bastion of capitalism in the modern world. The education here is taken seriously -- as a business: you have to make a profit, yes, but providing a service with credibility (and this has a cost!). Nyfa is not a so-called philanthropic institution as many Brazilian private universities call themselves for reasons that will not fit here and with highly questionable results.

The school offers scholarships and financial aid through the U.S. government for Americans. Totally fair.

I should point out that, for all I know, Nyfa has the most competitive prices in the market, considering the cost-effectiveness, and provides quick results. (See an article about it here.)

However, one of the things I most admire in the U.S. is that they truly recognize and reward talent. Nyfa had (or has) a program sponsored by the filmmaker Brett Ratner, providing discounts of up to 40% in the one year course for exceptional students. It was necessary to prove the financial need of the scholarship and demonstrate ones excellence as a student through an essay and have statements from renowned professionals in the student support. I do not know if this program is still in effect.

Anyway, one of the reasons for the school's success is perhaps the great responsiveness to the demands of the students. Nyfa is always investing, improving and growing.

Question nr. 3 is answered in this post, to which I added more information.

Sincerely,

Gabriela


Olá, Gabriela.

Primeiramente, parabéns pelo blog. Esclareci muitas dúvidas em relação à viagem que pretendo fazer pra LA em março de 2011, para cursar 8 semanas de Filmmaking. Porém, ainda tenho algumas:

1 - Vc conseguiu algum tipo de bolsa para cursar o 1 year filmmaking? É relativamente fácil de conseguir ou existe muita burocracia? De quanto é o desconto?

2 - Levando em consideração o preço da estadia em LA e meus objetivos, vale a pena eu fazer o workshop? Terei uma noção boa de iluminação, direção, produção, edição? Meu portfólio será relevante o bastante para me ajudar a encontrar emprego em produtoras daqui?

3 - Vi na FAQ do seu blog que existem hospedagens mais baratas e que há um flat ao lado da escola que sai por 2.000 dólares e pode ser dividido. Vc poderia me passar o nome do flat?

4 - Aí em LA também tem a USC. Vc já ouviu falar dela? Bem? Mal? As pessoas costumam comparar a USC com a NYFA? O que elas dizem?

Muito obrigado e desculpa se fiz muitas perguntas.
Te desejo MUITA sorte e sucesso.

Bruno
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Oi, Bruno:

Vou responder às suas perguntas por partes. Acompanhe o blog! rsrsrs

Pra te responder a 1ª, devo lembrar que a Nyfa está localizada no país bastião do capitalismo no mundo moderno. A educação aqui é levada a sério -- como um negócio: tem que dar lucro sim, mas sem deixar de oferecer um serviço de credibilidade (e isso tem custo!). A Nyfa não é uma instituição pseudo-filatrópica como muitas universidades particulares brasileiras se auto-intitulam por motivos que não cabe discutir aqui e com consequências altamente questionáveis.

A escola oferece bolsas e sistemas de financiamento através do governo americano para americanos. Nada mais justo.

Devo ressaltar ainda que, pelo que sei, a Nyfa tem os preços mais competitivos do mercado, considerando custo-benefício, e proporciona resultados rápidos. (Veja uma reportagem sobre isso aqui.)

No entanto, uma das coisas que mais admiro nos EUA é que eles verdadeiramente reconhecem e premiam talentos. A Nyfa tinha (ou tem) um programa patrocinado pelo cineasta Brett Ratner, com descontos de até 40% no curso de 1 ano para alunos excepcionais. Era preciso comprovar a necessidade financeira da bolsa e demonstrar a sua excelência como estudante, através de uma redação (ensaio) e de testemunhos de profissionais renomados em seu apoio. Não sei se isso ainda está vigorando.

De qualquer forma, um dos motivos do sucesso da escola talvez seja a ótima receptividade às demandas dos alunos. A Nyfa está sempre investindo, melhorando e crescendo.

A pergunta nº 3 está respondida neste post, ao qual acrescentei mais informações.

Bjs,

Gabriela

November 04, 2010

Eastwood portrays the beauty of life

I wanna work with Clint Eastwood, even if serving coffee! I must somehow be near him and learn from his incredible directing expertise! LOL I would have a blast, I'm sure

Clint Eastwood's Hereafter considers the idea of an afterlife with tenderness and a gentle tact. The film is quiet, gorgeous and contemplative, unlike his previous recent works -- that have a clean, devastating force, like "Million dollar Baby" and "Grand Torino".

Eastwood focuses more on the "here" than on the "after" to remind us that we must live the lives we know and not count on anything beyond the horizon.

The story is open ended. According to the writer Peter Morgan (The Queen), he didn't want answers, he wanted to ask questions. And it really works!

Hereafter is touching, it’s real, without being cheesy. Only my favorite living director could achieve that so well!


Check a cool review about the film here.

October 28, 2010

LA transportation sucks | Transporte em LA é uma África

Buses are not part of the LA landscape. It's rare to actually see them on the streets.

Hi dear,

I've read your blog, congratulations, very complete, and answered lots of my questions! I'm going to LA in January, to the 8-week course of Filmmaking at NYFA, and trying to figure out how I'm going to move on the city. How's the transportation?

Ana Paula


Hi, Ana:

I've never seen a public transportation system as bad as here.

Ok, buses are reasonably on schedule. You can check it in brochures or online. But there are few lines, considering the size of the city. And the frequency with which they run is ridiculous. The government believes that everyone has a car, I think.

I live 10 minutes drive from the school. By bus, it's 45 minutes. Walking, 1:15. Yesterday, I waited for the bus about 1:30. I left school at 3:30 pm and got home at 6 pm. PS: my line runs only until 9 pm. And sometimes we have activities at school until midnight.

You'll stay 40 minutes walking from school. I'd better walk than wait ages for a bus that will take 20 minutes to get to school. A taxi will cost you about $ 10.

Your best bet is to rent a car. It's cheaper than in Brazil (check this post), but it will be salty anyway. An alternative is to rent on weekends when you shoot (about $ 220 for 3 or 4 days). This site rents for 10 days at almost the same value.

Moreover, I advise you get here at least 10 days before the course starts and make an intense tour through the city to scout locations. You will need it to make your movies, unless youu want to shoot 5 short films on your apartment. That's it.

Good luck! Looking forward to meet you here!

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Oi querida,

Vi seu blog, de antemão, parabéns, completíssimo, tirou muitas dúvidas minhas! Estou indo para L.A. em janeiro, fazer o curso de 8 semanas de Filmmaking, na Nyfa, mas estou com um pouco de dificuldade em relação a como vou me locomover por aí. Como é o transporte?

Ana Paula


Oi, Ana:

Sinceramente, nunca vi um sistema público de transporte tão ruim como o daqui.

Ok, os ônibus passam razoavelmente no horário. Vc pode checar o schedule em brochuras ou na internet. Mas, são poucas linhas, considerando o tamanho da cidade. E a frequência com que rodam é ridícula. O governo considera que todo mundo tem carro, eu acho.

Moro a 10 minutos de carro da escola. De ônibus, dá 45 minutos. A pé, 1h15. Pra você ter uma idéia, ontem, esperei pelo ônibus cerca de 1h30. Saí da escola às 15h30 e cheguei em casa às 18h. Detalhe: a linha que uso só roda até as 21h. E às vezes temos atividades na escola até meia-noite.

Você vai ficar hospedada a 40 minutos a pé da escola. Eu acho melhor andar do que ficar esperando séculos por um ônibus que vai demorar 20 minutos pra chegar ao destino. De táxi, vai dar uns US$ 10.

O melhor a fazer é alugar um carro. É mais barato do que no Brasil (veja este post), mas vai ser salgado de qualquer forma. Uma alternativa é alugar nos finais de semana em que você terá filmagens (cerca de US$ 220 por 3 ou 4 dias). Aliás, nesse site o aluguel por 10 dias sai quase pelo mesmo valor.

Além disso, aconselho a chegar aqui pelo menos 10 dias antes do curso começar e fazer um tour intenso pela cidade para conhecer os locais. Você vai precisar pra fazer os seus filmes, a não ser que queira fazer 5 curtas ambientados no seu apartamento. É isso.

Bjs e boa sorte!

October 24, 2010

Filmmaking is driving me insane!

You know you lost your mind when you wake up at 4 am to polish the sound of your film and then run to the school at 9:30. Since you can't find the classroom, you text your classmates to ask... just to find that... it's SUNDAY! Class is only tomorrow, crazy girl! That's how intense this whole filmmaking thing has been to me. LOL

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Você sabe que pirou de vez quando você acorda às 4 da matina p/ polir o som do seu filme e depois corre pra escola às 9:30. Como você não consegue encontrar a sala de aula, manda torpedo pros colegas perguntando... só pra descobrir que ... é DOMINGO! A aula é só amanhã, maluquinha! Isso dá uma idéia de quão intensa essa coisa toda de virar cineasta tem sido pra mim. rsrsrsrs

October 22, 2010

Nyfa labeled as Top Gun of film schools!!!

The LA Examiner labeled New York Film Academy as the “TOP GUN OF MODERN FILM SCHOOLS” in its article praising the academy and founder Jerry Sherlock for his no-frills, hands-on approach to teaching filmmaking.
 
Photo by current NYFA student Chris Chunk. Article written by Rob Irwin, Burbank Entertainment Industry Examiner, LA Examiner
It would be no misrepresentation to say clearly that the New York Film Academy is the future for modern film making. Sure there are those venerable institutions such as NYU, USC and UCLA. All fine schools, of course, and in between classes in required academic areas like, oh I don’t know, The Love Life of the North American Fruit Fly perhaps one can get a decent education in film making over time. It is true that these fine schools have in the past and still do turn out some very successful writers, actors and directors. But in 1992 Producer Jerry Sherlock (Hunt for Red October) became frustrated with what he saw as a serious lack of good “hands on” real world film making information and education. Never the kind of man to sit still with an idea Jerry Sherlock created a workshop for film makers. It was the beginning of what has grown today into the New York Film Academy.

It all started at Robert De Niro’s Tribeca Film Center. It was an intensive four week workshop that taught each student how to engage in visual story telling or film making. The word spread and soon the demand exceeded the available resources and growth was inevitable. And while the subject of Fruit Flies never got involved there really is much more to professional acting, writing and directing than could be reasonably presented in a four week work shop. The program rapidly grew into an intense immersion into the world of film making that led to the granting of a Bachelor of Fine Arts degree in just three years. That alone is brilliant in my opinion for giving every degree seeking student one extra year of real life.

As this growth was taking place Solomon Brother’s currency trader extraordinaire Jean Sherlock was wrapping up a three year stint in the very exciting city of Hong Kong. He went back to his hometown of New York City and his father, Jerry Sherlock, brought him aboard the now degree granting and still rapidly growing New York Film Academy. Soon that brought Jean to Los Angeles and the back lot of Universal Studios where the west coast branch of the New York Film Academy lives today. New York Film Academy now has three full time campuses in; New York City, Los Angeles (Universal City) and Abu Dhabi UAE. But it was on the Universal City campus where I meet the very gracious Jean Sherlock.

I honestly had no preconceptions about New York Film Academy, nothing good or bad. It really was a blank slate when I first sat down with Jean Sherlock to discover exactly where his school, the New York Film Academy fit in amongst the well known giants. The picture that unfolded was rich and exciting.

The New York Film Academy offers its students a true immersion in real world hands on experience. For example at the New York Film Academy each student writes, shoots, directs and edits 8 projects and works on crew of 28 more in the first year. That is intense. But it is possible in part because NY Film Academy keeps class size down to about 16 students per section, even less for the acting classes. This allows a strong interplay between teacher and student. Oh and those teachers all come from strong academic and industry backgrounds. From day one the students work with real proven industry professionals and that quality is enhanced with regular guest speakers such as actor Philip Seymour Hoffman (Capote), Producer/Director Doug Liman (Bourne Identity) and actress Glenn Close (Fatal Attraction). So impressive are their programs that many of the Hollywood elite have sent their children to NYFA. Psst! A Spielberg child has been seen on campus. Yes, that level.

Film schools need equipment and that they have in abundance as well and it is all high level genuinely professional gear made for making movies. It is even possible for students to get access to top of the line Panavision gear and that just doesn’t happen in Gallop, NM. Which brings up the matter of location.

With our official interview in the can Jean Sherlock turned me over to his trusted assistant Tom Slivinski for a tour of the rest of the campus. For that we used a vehicle because the campus is the Universal Studios back lot. All of it. Yes, THAT back lot, the one millions of tourists pay big money to ride around in a tram. This is all included in the NYFA package and it is clearly inspiring. There is just no better location for a top end film making school. Students at NYFA start at the pinnacle.

Today the New York Film Academy has grown into a giant provider of high quality education in all major aspects of film making. They offer both Bachelors and Masters in Fine Arts degrees, both accredited by the National Association of Schools of Art and Design. They also offer a wide variety of summer programs directed at tweens, teens and adults. You should at least visit their website at www.nyfa.com and explore their many exciting offerings. The only thing NYFA doesn’t offer is a football team, but I am sure if you want they can make a movie about football. In the mean time if you or your child or a friend is passionate about a career in film making he or she would be well advised to read the information on the website and then arrange for a visit to the campus. The excitement and energy is palpable and real and it moves you. From its humble beginnings the New York Film Academy has truly emerged as the TOPGUN of modern film schools.

October 06, 2010

Does the film industry hires Nyfa's former students? How's the market for screenwriters? | A indústria cinematográfica contrata ex-alunos da NYFA? Como é o mercado para roteiristas?

Parabéns. Você tem uma carreira e tanto. Desejo que repita os mesmos sucessos aí nos EUA. Estou interessado em avaliar a possibilidade de estudar roteiros (um ano) na NYFA em LA. Na verdade, minhas dúvidas são 3:
a) A escola e os cursos realmente valem a pena enquanto escola e cursos?
b) O mercado de L.A. contrata alunos cursando ou recém saídos da NYFA ?
c) Como é o mercado para roteiristas? É fechado? Existe espaço para apresentação de idéias? Ou é super pasteurizado?

Abs,

Alexandre

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Oi, Alexandre:

Quanto à sua primeira pergunta, por favor, veja este post aqui.

Vamos à segunda... Não tenho conhecimento de estatísticas a respeito de contratação de ex-alunos da Nyfa. Sei que existem outras escolas concorrentes e as universidades tradicionais, tipo UCLA, costumam ser mais conceituadas. Mas acho que depende essencialmente do que você pretende fazer em cinema. Existem inúmeras funções dentro da área. E acho que a Nyfa prepara bem os alunos pra essas funções técnicas. Conheço gente que estudou na Nyfa há dois anos e hoje trabalha como assistente de direção, produtor ou assistente de câmera. Diretores, não. Mas eu também não conheço tanta gente assim pra te afirmar qualquer coisa.

Acima de tudo, é preciso entender como funciona a cultura americana. O sucesso aqui é baseado em talento e contatos. Se você dá o seu sangue pelo trabalho, tem conhecimento da sua profissão e talento, provavelmente vai encontrar alguém que vai reconhecer isso e recompensar o seu esforço. É uma das coisas que eu mais admiro nesta terra.

Quanto à terceira pergunta, posso te falar do que alguns dos meus professores comentam e alguns profissionais que conheci. O mercado tem um modus operandi. Existem agentes e gerentes. Conseguir as coisas sozinho é mais difícil. Há espaço para a apresentação de idéias, mas essas idéias têm que seguir um certo modelo estruturado de sucesso comercial. Antes de ser uma arte, cinema é negócio. Portanto, é preciso inovar sem ignorar determinadas regras.

Abs,

Gabriela



Congratulations. You have a career and so. I wish you repeat the same success from here in the U.S.. I am interested in evaluating the possibility of studying screenplays (one year) at NYFA in LA. Actually, my questions are three:
a) The school and the courses are actually worth it as a school and courses?
b) Film industry hires students recently graduated from NYFA?
c) How is the market for writers? It is closed? Is there space for presentation of ideas? Or is super-pasteurized?

Sincerely,

Alexandre

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Hi, Alexandre:

Regarding your first question, please check this post here.

Let's go to the second one... I have no knowledge of statistics regarding employment of former Nyfa students. I know there are other competing schools and traditional universities, like UCLA, tend to be more reputable. But I think it depends essentially on what you intend to do in cinema. There are many positions within the area. And I think NYFA prepares students very well for these technical functions. I know people who studied at NYFA two years ago and now work as assistant director, producer or camera assistant. Directors, no. But I do not know so many people to tell you anything about that.

Above all, we must understand how's the American culture. Success here is based on talent and network. If you give your blood for the work, if you're aware of what you're supposed to do and you have talent, you'll probably find someone who will recognize this and reward your effort. It is one of the things that I admire most on this country.

About the third question, I can tell you what some of my teachers and professionals comment. The market has a modus operandi. There are agents and managers. Getting things by yourself is more difficult. There is room for presentation of ideas but these ideas have to follow a certain model of structured commercial success. Before being an art, cinema is business! Therefore, you must innovate without ignoring certain rules.

Sincerely,

Gabriela

September 20, 2010

Women rock! | Nada como um toque feminino

(leia versão em português abaixo)
Mary (Sarah Newman) presents the perfect dinner to her husband (French Stewart). This wonderful meal was prepared by the writer/producer, Vanessa Claire Smith. Name one producer that can write, produce and cook like that! I defy you!
This weekend I worked as Set PA in the short film How to Have a Happy Marriage, directed by Jen Lynch (Surveillance, Boxing Helena). This short is part of a compilation feature film (Girls, Girls, Girls) consisting of 8 shorts produced, directed, written, edited and shot by women filmmakers. What a super cool project created by the trio America Young, April Wade and Jenn Fee, isn't it?

How to Have a Happy Marriage satirizes a "How To" video from the 50's showing the life of Mary, a typical housewife. Trying to please her husband, she even takes speed pills to be able to do everything perfect for him. And the result is... Well, you gotta watch it in order to know, ok?

As a PA, my job was pretty simple: I was kind of in charge of a fog machine, that was used to help the mood of the film. So fun to smoke the set! I also helped with the catering, some really simple gaffer/grip stuff and even being a stand in for the light setting. I guess the importance of this position is to always be ready to provide what actors and crew need in the fastest way possible. Very noble, I think.

I had a blast working with all these talented women. The set was really fun and stress free. It seems that women can be really professional and yet very personal. I've heard conversations like: "I love your boots!", "You look so cute today", "My boyfriend and I rescued puppies" and girlish stuff like that. But at the same time everybody was doing an awesome job. The dailies are fantastic!

What else can I say? I was lucky enough to witness a happy marriage of talents to make a great film:
  • A great team of producers: Vanessa Claire Smith and Sarah Newman, also writer and leading actress, are super humble, gentle and multitask driven. They were suported by the sweet line producer Lena Bubenechik.
  • Jen Lynch checks the frame. By her side,
    the AD and the production designer
  • A great director: Jen Lynch really knows what she's doing. She has this incredible experience and a phenomenal sense of humor. She can keep all the crew focused and having fun at the same time. This pace of motivation was perfectly conducted by Ana Menendez, the 'electric' assistant director. And the extra zen script supervisor Christine Tanabe was always attentive to every detail during the shootings.
  • A great DP: Marlen Schlawin is meticulous and very polite. Do I still have to say she's talented? The girls assisting her (Dominique Mollee and Shauna Brown) are great too. It's nice to see women carrying tripod and camera by theirselves, with screwdrivers in their pockets and roll tapes pending from their jeans!
  • A great production designer to recreate the 50's: Becky Slane is passionate about her work. That's awesome! And she had a great team helping her too (Christopher Eckerdt, Emilie Ritzmann and Alexis Mixter).
  • A great costume designer: Kat Bardot rocks with all the period outfits for Mary and John. She did incredible hairstyles too, accompanied by the expressive makeup of Viola Rock.
  • A great editor and colorist: Laura Creecy, that was on the set full time checking and transcoding the dailies, besides talking to the director and DP to know exactly what is their concept for the film.
  • And we also had these cool girls documenting the project: Cynthia Velazquez and Natalie Fiteni (photographers) and Dieu Pham (Documentary - Camera).

PS: I don't wanna be unfair. Yes, we've had men working on the set too. The guys were great with all the gaffer/grip stuff and they synchronized very well with the girl's pace, giving excelent suggestions and keeping everything in low voice and stress free. Perfect!

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John (French Stewart) comes home. Check my fog being captured by the DP lenses! | Stewart (3rd Rock from the Sun) chega em casa. Veja a minha fumaça sendo capturada pelas lentes da diretora de fotografia!
Neste fim de semana eu trabalhei como assistente de produção no curta-metragem "Como Ter um Casamento Feliz", dirigido por Jen Lynch (Surveillance, Encaixotando Helena). Este curta faz parte de um filme de compilação (Girls, Girls, Girls), composto de 8 curtas produzidos, dirigidos, escritos, editados e filmados por mulheres cineastas. Um projeto super legal criado pelo trio America Young, April Wade e Jenn Fee, não é?

"Como Ter um Casamento Feliz" satiriza um vídeo "How To" dos anos 50, mostrando a vida de Mary, uma dona de casa típica. Tentando agradar o marido, ela até toma antidepressivos para fazer tudo perfeito. E o resultado é ... Bem, você tem que assistir pra saber, ok?

Como assistente de produção, meu trabalho foi bem simples: eu fiquei encarregada de uma máquina de fumaça, que foi usada para dar o tom do filme. Super divertido enfumaçar o set! Também ajudei na parte de alimentação, com algumas coisas bem simples de maquinário/elétrica e até sendo uma dublê dos atores para a afinação da luz. Eu acho que a importância desta posição é sempre estar pronta pra fornecer o que os atores e a equipe precisam da maneira mais rápida possível. Muito nobre, eu acho.

Foi demais trabalhar com todas essas mulheres talentosas. as filmagens foram muito divertidas e sem stress. Parece que as mulheres podem ser muito profissionais e ao mesmo tempo bem pessoais no aproach. (Faz sentido dizer isso aqui em LA, porque as pessoas em geral são mais distantes e diretas, focadas no trabalho.) Eu ouvi conversas do tipo: "Amei as suas botas!", "Você é tão linda hoje", "Meu namorado e eu adotamos filhotes" e coisas bem femininas. Mas, ao mesmo tempo, todo mundo estava fazendo um ótimo trabalho. Os rolos diários com as filmagens estão fantásticos!

O que mais posso dizer? Tive sorte de testemunhar um casamento feliz de talentos pra fazer um grande filme:
  • Uma super equipe de produtoras: Vanessa Claire Smith e Sarah Newman, também escritora e atriz principal, é super humilde, gentil e multitask conduzido. Eles foram suported pela linha de doces produtor Lena Bubenechik.
  • Um grande diretora: Jen Lynch sabe realmente o que ela está fazendo. Ela tem uma experiência incrível e um senso de humor fenomenal. Ela pode manter toda a tripulação concentrada e se divertindo ao mesmo tempo. diretor-adjunto Este ritmo de motivação foi perfeitamente realizado por Ana Menendez, o elétrico '. E o extra zen script supervisor Christine Tanabe estava sempre atento a cada detalhe durante os tiroteios.
  • Uma grande diretora de fotografia: Marlen Schlawin é meticulosa e super educada. Ainda tenho que dizer que ela é talentosa? As meninas que ajudaram na fotografia (Dominique Mollee e Shauna Brown) também são super. É bom ver mulheres carregando tripé e câmera, com chaves de fenda em seus bolsos e rolos de fitas adesivas pendendo dos seus jeans!
  • Becky checks the olives on the scene |
    Becky checa as azeitonas na cena
  • Uma designer de produção ótima pra recriar os anos 50: Becky Slane é apaixonada pelo seu trabalho. Muito bom! E ela tinha uma equipe bem legal ajudando também (Christopher Eckerdt, Emilie Ritzmann e Alexis Mixter).
  • Uma figurinista de primeira: Kat Bardot arrasou com as roupas de época pra Mary e pro John. Ela fez penteados incríveis também, acompanhados da maquiagem expressiva de Viola Rock.
  • Uma grande editora e colorista: Laura Creecy, que acompanhou tudo no set, checando e transcodificando o material, além de conversar com a diretora e a cinegrafista pra saber exatamente qual é conceito desejado pro filme.
  • E também tivemos essas super meninas documentando o projeto: Cynthia Velazquez e Natalie Fiteni (fotógrafas) e Dieu Pham (Documentarista - Camera).

PS: Não quero ser injusta. Sim, tivemos homens no set também. Os caras mandaram muito bem com tudo de maquinário e elétrica, bem sincronizados com o ritmo feminino, dando excelentes sugestões e mantendo tudo em voz baixa e sem stress. Perfeito!

September 15, 2010

Can I work and study at the same time? | Posso trabalhar e estudar ao mesmo tempo?

Estou muito interessada em ir fazer o curso de produção em janeiro de 2012 aí em LA, só preciso juntar a grana até lá. Por isso estou te escrevendo, porque eu gostaria de algumas dicas, que você me diga se dá pra trabalhar para cobrir as custas (casa, comida...) ou como você faz? Obrigada pela sua atenção!

Naiara

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Também pensei em trabalhar quando vim para cá, mas o curso é intensivo. São mais de 8 horas-aula por dia e temos as atividades extra-classe nos finais de semana. Só dá para trabalhar se você não dormir por 1 ano. rsrsrs Além do mais, você precisa comprovar que tem o valor integral para pagar o curso e a quantia necessária para sobreviver aqui durante o tempo do curso (calculando US$ 1500 por mês). Faz parte da documentação exigida pela escola.

Bjs e boa sorte,

Gabriela



I am very interested in going to the course of production in January 2012 here in LA, I just need to add money to it. So I am writing you because I'd like some tips, if you tell me to give work to cover the costs (housing, food ...) or how do you do? Thank you for your attention!

Naiara

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I also thought of working when I came here, but the course is pretty intensive. More than 8 hours per day of classes and we have extra-class activities on weekends. You could only work if you don't sleep for one year. LOL In addition, you must prove you have the full tuition and the amount needed to survive here during the course (calculated from $ 1500 per month). It is part of the documentation required by the school. Sorry.

Hugs and good luck,

Gabriela

September 13, 2010

Wow! It's amazing! | Nossa, caiu a ficha!

It's amazing! I finally sat down and did the math. Since I got here four months ago -- to study filmmaking at New York Film Academy -- I worked on 45 student projects (26 of them in 16mm black & white) at the following positions: writer/producer/director/editor (12), director of photography (7), 1st Assistant Camera (10), 2nd Assistant Camera/Gaffer (11), Sound (3), Assistant Director (1), Production Assistant (1).

That's what I call recovering the lost time of my life. Yay!

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É incrível! Eu finalmente sentei e fiz as contas. Desde que eu cheguei aqui há quatro meses - pra estudar cinema na New York Film Academy - eu trabalhei em 45 projetos (26 deles em 16mm preto e branco) nas seguintes funções: roteirista/produtora/diretora/editora (12) , diretora de fotografia (7), 1ª Assistente de Câmera (10), 2ª Assistente de Câmera/Iluminação (11), Som (3), Assistente de Direção (1), Assistente de Produção (1).

Isso é o que eu chamo de recuperar o tempo perdido na minha vida. U-hu!

September 08, 2010

It is worth investing in a course in NYFA? What would be the other way? | Vale a pena investir num curso na Nyfa? Quais seriam os outros caminhos?

Olá,

Estive lendo o seu blog e agradeço muito. Achei o blog quando procurava informações sobre a NYFA. E é exatamente por isso que estou lhe escrevendo. Nas pesquisas que fiz, as opiniões sobre a escola são muito contraditórias. Alguns adoram, outros odeiam. Muitos dizem até que a NYFA é mal vista no mercado de trabalho. Estou pretendendo ir para LA em 2011, mas gostaria de ter uma opinião sincera se vale a pena gastar tanto dinheiro com a NYFA ou tentar outros caminhos (nesse caso, quais seriam as opções??).

Pedro

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Hello,

I've been reading your blog and really appreciate it. I found the blog when looking for information about NYFA. And that's exactly why I'm writing you. In the research I did, the opinions about the school are very contradictory. Some love it, others hate it. Many even say that NYFA is frowned upon in the labor market. I'm intending to go to LA in 2011, but would like an honest opinion if it's worth spending so much money on the NYFA or try other ways (in this case, what are the options?).

Pedro



Oi, Pedro:

Suas perguntas são difíceis de responder, no entanto, extremamente importantes. Eu tb me questionei isso antes de vir pra cá e investir milhares de dólares em algo incerto ao invés de comprar uma casa e um carro. Confesso que chegou um momento em que confiei muito mais na minha intuição do que em uma pesquisa seriamente embasada no mercado de trabalho brasileiro.

Portanto, só posso te falar das minhas convicções pessoais, a seguir:

- Qualquer escola deve indicar caminhos para seus alunos, como o farol que ilumina águas bravias em uma noite escura. Se o barco vai chegar são e salvo ao cais, é de responsabilidade do comandante. Portanto, nem a escola mais maravilhosa do mundo é capaz de garantir o sucesso de seus alunos. Se não existe uma sede pessoal de conhecimento, uma inquietude e uma vontade férrea de se superar, os milhares de dólares investidos certamente irão pelo ralo.
- Considero a Nyfa uma ótima escola. Mas como não conheço o ensino das concorrentes, não tenho como comparar. O que importa é que nunca aprendi tanto sobre cinema como agora. O programa é intensivo, focado na prática, talhado para exaurir todas as suas forças intelectuais e físicas. São sete dias por semana de atividades, das 9 da manhã até as 7 da noite. Isso fora as atividades extra-classe. Eles te ensinam não só a viver sob permanente pressão, mas principalmente a ser criativo mesmo na exaustão. Acho que esse é o desafio. Alguns alunos não entendem, reclamam, fazem tudo nas coxas, acham que só o que professor fala na sala de aula vai fazer deles cineastas. São esses que chegam no mercado sem saber nem como se portar direito num set. São esses que falam mal da escola, acredito eu. Esperavam por uma varinha de condão.
- Fazer cinema é um processo que envolve teoria, técnica e criação artística. A técnica pode ser ensinada, e a Nyfa ensina muito bem. Para obter a teoria, basta ler livros e estudar filmes! Agora a criação artística, essa não se ensina. De nada adianta a técnica mais apurada do mundo, acrescido de todo o conhecimento teórico, se você não tem nada de rico dentro de você para expressar.
- Resumindo: só venha pra cá se for com a certeza de que vc está disposto a todo e qualquer esforço para alcançar o seu objetivo. Vai depender muito mais de você do que da escola.
- Se você quer cineasta, a primeira coisa a fazer é estudar cinema (em livros), assistir filmes estudando-os, achar gente que faz filmes e se envolver, e depois fazer filmes. Nessa ordem. Pode ser em LA ou no Brasil. No entanto, no Brasil há menos pessoas que entendem realmente de cinema e pouca prática nas escolas. Tudo é mais teórico, mas não é impossível. Se fosse assim, não teríamos excelentes cineastas no país.

Espero ter respondido ao menos parcialmente.

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Hi, Pedro:

Your questions are difficult to answer, however, extremely important. I also asked myself that before coming here and investing thousands of dollars on something uncertain, instead of buying a house and a car. I confess that there came a time I trusted my intuition more than a serious search based on the Brazilian film market.

Therefore, I can only tell you of my personal belief, as follows:

- Every school should indicate ways for their students, as the beacon that lights rough waters on a dark night. If the boat will arrive safely to the dock, is the responsibility of the commander. Therefore, neither the most wonderful school of the world is able to ensure the success of their students. If there isn't a thirst for knowledge, a restlessness and a strong will to overcome, the thousands of dollars will certainly go down the drain.
- I consider NYFA a great school. But I do not know how the teaching of the competitors, so I can not compare. What matters is that I've never learned so much about filmmaking. The program is intensive, focused on practical, tailored to exhaust all your intellectual and physical forces. There are seven days a week of activities, from 9 am to 7 pm. And also out-of-class activities. They teach you not only to live under constant pressure, but mainly to be creative even in the exhaustion mode. I think that's the challenge. Some students do not understand, they complain, they do everything just for doing, think that only what the teacher says in the classroom will make them filmmakers. Those ones reach the market without even knowing how to behave properly on a set. It is those who say bad things about the school, I believe. They were waiting for a magic wand.
- Making movies is a process that involves theory, technique and artistic creation. The technique can be taught, and NYFA teaches it very well. For the theory, just read books and study movies! Now artistic creation, this is cannot be taught. It does not help the world's most refined technology, plus all the theoretical knowledge, if you do not have anything inside you rich enough to express.
- In short, just come here if it is with the certainty that you're willing to do any effort to achieve your goal. It will depend a lot more from you than school.
- If you want to be a filmmaker, the first thing to do is to study films (in books), watch movies, study more them, find people who make films and get involved, and then make films. In that order. It may be in LA or Brazil. However, in Brazil there are fewer people who really understand the filmmaking process and a little practice in schools. Everything is more theoretical, but not impossible. If so, we would not have excellent filmmakers in the country.

I hope I answered at least partially.

Gabriela

September 07, 2010

Is a beginner able to follow the classes? | Quem é iniciante consegue acompanhar as aulas?

Encontrei seu blog procurando informações sobre a New York Film Academy e o achei bem bacana, cheio de informações ótimas pra quem pensa em fazer um curso lá. Vou começar um workshop de filmmaking em dezembro, só que irei pra NY. Queria saber sobre o grau de dificuldade do curso. Sou formada em jornalismo, mas sempre sonhei em estudar cinema. Só que sempre foi um sonho meio distante por causa do valor de todos os cursos e etc. Enfim, depois de trabalhar um tempo como jornalista e juntar algum dinheiro, finalmente vou poder fazer esse workshop na área, mas estou meio preocupada por não ter experiência nenhuma no assunto. Vc acha que uma pessoa completamente iniciante consegue acompanhar as aulas numa boa? Agradeço desde já pela atenção! :)

Juliana

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I found your blog looking for information on the New York Film Academy and found it very nice, full of great information for anyone that's thinking of doing a course there. I'll start a filmmaking workshop in December, but they'll go to NY. I wonder about the degree of difficulty of the course. I have a degree in journalism, but always dreamed of studying film. It was always a distant dream because of the value of all courses and so on. Anyway, after working as a journalist I gathered some money and I'll finally be able to do this workshop in the area, but I'm kinda worried about not having any experience in the subject. Do you think a complete beginners can follow the lessons? Thank you in advance for your attention! :)

Juliana



Oi, Juliana:

Acompanhar as aulas depende mais do inglês. Mas pra aproveitar 100% seria bom vc ter algum conhecimento. Isso pq é uma quantidade incrível de informação e é quase impossível pegar tudo se vc não tiver uma boa base. Demora pra cair a ficha, entende?

Vc vai aprender bastante, mas é como querer escrever uma reportagem depois de aprender o q é lead sem no entanto entrevistar ninguém pra elaborar o texto. Ou seja, vc aprende a técnica mas não o conteúdo. O curso de 8 semanas é mais focado em ensinar o básico de equipamento com alguma linguagem cinematográfica.

Bjs,

Gabriela

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Hi, Juliana:

Following the classes depends more on your English level. But to make it a 100% worth it, it would be nice to have some previous knowledge. That's because we see an incredible amount of information and it is almost impossible to get everything if you do not have a good base. Takes time to sync, you know?

You'll learn a lot, but it's like trying to write a story after learning what is the lead but without interviewing anyone to prepare the text. That is, you learn the technique but not the content. The 8-week course is more focused on teaching the basics of equipment with some cinematic language.

Best regards,

Gabriela

September 06, 2010

It's on a dark room that movies are really made

(Leia este artigo em português - acesse AQUI)

The wizard of editing in action: Walter Murch

Making movies is basically telling stories using pictures and sound, right? Everything starts with an idea, then comes the script and the infamous budget, of course.

It's like a roller coaster. You start at the top, leaving the creativity flow and fly. Then you realize what you dreamed is not so easy to do -- especially if you do not have enough money. And you get caught on a freefall with butterflies in your stomach.

But let me tell you a little secret that my teacher revealed us: no one ever has enough money to make a movie. Not even James Cameron had all the money he wanted to do Avatar. Believe it or not. We always have to reduce our megalomaniacal delusions to something feasible.

Then, after a precipitous drop we began to rise slowly again. The script is now possible to shoot. We design the navigation maps: filming schedule, shot list, floor plan. It's time to select the cast, scout locations, arrange props and costumes. And you get to the top of the hill again.

Then comes a even faster falling: the shootings. You have to direct the actors, talk to the crew, decide hows, whens, whats to shoot. If you're lucky and get ready for the unpredictable, you will have enough time for everything. But normally you have to make decisions faster, cut scenes, rearrange the material. It's like changing the tire with the car moving. Your actor gives you a good idea and you change. The director of photography suggests a new take and you accept. If it's interesting, why not? Do you want to achieve the best possible, right?

When you reach the end of the shootings, you hit the rock bottom again. And you’re so exhausted that you can not even think, eat, sleep. But the movie is not finished yet.

Actually, that's when the movie really begins – on a dark room in front of a computer. It's time to make the supreme effort to forget everything you scraped so far. Forget the script. Check out all the shots you have. Analyze the performance of the actors. Think visually. And yes, cut ruthlessly what does not work. I think this is the hardest part. After all the Herculean effort, you just want to keep everything that was cool, everything was fun to do, all that is trendy. Sorry, you can’t.

The film has to work and sometimes you need to cut a leg or an arm to make it happen. Be brave and just do it -- no matter who gets hurt. Cut whole performances, if necessary. That friend who thinks that can be an actor won’t talk to you for a while, but remember it's for a good cause. Tell him that the cinematographer ruined the scene! Be creative in your excuses, but cut it out.

Nothing is more worthwhile than watching your movie with the audience: they laugh when they should laugh, cry when you wanted them to weep, and they just ... love your work!

So if you want to learn more about editing take a look at the book that is recommended by 11 filmmaking teachers out of 10: In the Blink of an Eye by Walter Murch. I'll talk more about that soon. There is also an amazing documentary called The Cutting Edge: The Magic of Movie Editing. Do not miss!

And if you're thinking "why on earth she’s writing me this. I don’t want to be an editor!" You know what? Neither do I! But to be not just a filmmaker but a remarkable filmmaker, you have to know what editing is and why it can save (or destroy) your movie. Editing can change your life! You want to be just another one or you want to stand out?