July 29, 2010

Fresh start: meeting Aristotle again | Tudo de novo outra vez: procurando Aristóteles

(leia versão em português abaixo)


I received the green light to join the 1-year program on a Friday morning and by the afternoon I was in class. The next day, shootings with a new crew.

The interesting of all this is that the 1-year course and the 8-week course are exactly the same on the first two months. In fact, this period is my 8-weeks course. So, in theory, I'm doing something that I already did and learning things that I'm supposed to know by now.

But, from my perspective, it's a unique chance to revise all that I've learned and discover things that I didn't -- because we cannot absorve everything at once, right?

So I didn't wanted to waste the opportunity of practicing filmmaking. Since I didn't have a location, nor actors or story yet, I decided to reshoot my first project, because I wasn't really happy with it. (check my first project HERE.) I had this certainty that I could've done better.

I remember my teacher saying by that time that I had a good idea but I didn't know how to block the scene, meaning staging the action with the actors and showing it for the camera.

This time, instead of using an improvised dolly, I used a tripod and did a PAN. I tried to think outside of the box: instead of moving too much the camera, I'd move the actors. I also applied the principle K.I.S.S. (keep it simple, stupid), cause at the first time I used medical scrubs for the characters and confused more than helped the story.

Results: the new short looks good. Period. Something's still missing. I couldn't tell what. When we screened at class, my new lovely teacher answered it: no conflict. The problem was on the story! And that's what happen with the majority of the films that are made in the world, doesn't it?

I was amazed with his lecture on Aristotle's pathos. I've read about it, of course. But I've never seen someone explain all that concept in such simple and easy words. "Pathos is the hability to evoke emotions (compassion, tenderness or even pain) in oneself or others". This should be the goal of every art, shouldn't it?

And on filmmaking, how do we achieve that? His short answer was following five steps:
  1. Express the need of your character. The audience should understand what the characters need, what they seek for.
  2. Present the conflict. Something (a person, a situation) prevents the character from getting what he/she wants.
  3. There's a moral dillema that comes from the conflict. The character has to choose paths: the easy way or the hard way, for example. Like Neo has to choose between the red pill and the blue pill in "Matrix".
  4. The MacGuffin. It's a concept developed by Hitchcock. A writer's device that portrays what protagonist and antagonist both want and die for it. Can be an object or even an emotion protrayed by an object. Like the mysterious briefcase on "Pulp Fiction".
  5. Theme, wich is subtext. The truth about the characters, their little dirty secrets, that the audience discovers during the story -- not by words but through actions.
If you don't have one of these elements probably your story is not a great story. Of there are lots of other things to add, like a change on the character from the beggining to the end, for example. Have in mind that I'm summarizing tons of knowledge. You should research and study that. I'm going to, for sure.

PS: Use these tools as a guide to check if your story is on track, not as moorings at the time of creation, advises my teacher.

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Recebi o sinal verde pra participar do programa de 1 ano numa manhã de sexta-feira e, à tarde, eu já estava na sala de aula. No dia seguinte, filmagens com uma nova equipe.

O interessante de tudo isso é que o curso é exatamente o mesmo nos dois primeiros meses. Na verdade, este período inicial é o curso que fiz de 8 semanas. Assim, em teoria, eu estou fazendo algo que eu já fiz e revendo coisas que eu já deveria saber agora.

Chato? Na minha opinião, é uma oportunidade única de rever tudo o que eu aprendi e descobrir coisas que eu não aprendi - porque não podemos absorver tudo de uma só vez, certo?

Então eu não quis desperdiçar a oportunidade de praticar. Como eu não tinha uma locação, nem atores ou história, decidi refazer o meu primeiro projeto, porque eu não muito satisfeita com ele. (Veja o meu primeiro projeto AQUI.) Eu tinha certeza de que eu poderia ter feito melhor.

anda lembro do meu querido professor dizendo que eu tinha uma boa idéia, mas não soube como blocar a cena, ou seja, encenar com os atores e mostrar pra câmera.

Desta vez, ao invés de usar um dolly improvisado, usei um tripé e fiz uma PAN. Eu tentei fazer diferente: em vez de mover muito a câmera, eu moveria os atores em cena. É aquela história do português trocando a lâmpada, entende? Também apliquei o princípio K.I.S.S. (mantenha simples, estúpido) porque, na primeira vez que usei médico esfrega para os personagens e confuso mais ajudou a história.

Resultado: boa aparência. Ponto. Mas algo ainda está faltando e eu não conseguia dizer o quê. Quando nós analisamos na aula, meu novo professor respondeu: não há conflito. O problema era a história! Isso acontece na maioria dos filmes que são feitos no mundo, não é?

Fiquei abobada com a aula dele sobre o pathos de Aristóteles. Eu li sobre isso, é claro. Mas eu nunca vi alguém explicar todo o conceito em palavras tão simples e fáceis. "Pathos é a habilidade de evocar emoções (dor, ternura, compaixão) em si próprio ou nos outros". Esse deve ser o objetivo de toda arte, não é verdade?


E no cinema, como é que se consegue isso? A resposta dele foi curta - seguindo cinco etapas:
  1. Demonstre as necessidades de seu personagem. O público deve entender que os personagens precisam, o que eles procuram.
  2. Apresente o conflito. Algo (uma pessoa, uma situação) impede o personagem de conseguir o que ele quer.
  3. Há um dilema moral, que vem do conflito. O personagem tem que escolher caminhos: o caminho mais fácil ou do modo mais difícil, por exemplo. Como Neo tem que escolher entre a pílula vermelha e a pílula azul em "Matrix".
  4. MacGuffin. É um conceito desenvolvido por Hitchcock. Um dispositivo do escritor que retrata o que protagonista e o antagonista desejam tanto que até morreriam por isso. Pode ser um objeto ou mesmo uma emoção retratada por um objeto. Como a misteriosa pasta em "Pulp Fiction".
  5. Tema, que é subtexto. A verdade sobre os personagens, seus pequenos segredos sujos, que o público descobre durante a história - não por palavras, mas através de ações.
Se você não tiver um desses elementos, provavelmente a sua história não é uma grande história. Claro que há outras coisas a acrescentar, como uma mudança no personagem do começo para o fim, por exemplo. Tenha em mente que eu estou resumindo toneladas de conhecimento. Você deve pesquisar e estudar isso. Eu vou, com certeza.

PS: Use essas ferramentas como guia para checar se sua história está no caminho certo, não como amarras na hora da criação, aconselha meu professor.

1 comment:

Solange Hamrin said...

I see that you are staying longer in LA. Cool!

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