February 07, 2011

Silence, please: work in progress | Silêncio, por favor, trabalho em andamento

Which is better: to write down everything that comes to mind, letting the story flow over, or rather structure it very well before start writing?
I've been more quiet than usual these days. But it has a good explanation. I'm working on my thesis script. And that's hell of a task for me.

I'm a writer at essence, I mean, as a journalist for a decade, mostly what I remember doing in my life is writing. Of course, when you're writing about facts the creative process is slightly different:

1) Gathering a massive ammount of information
2) Setting a hierarchy of importance
3) Develop a strategy to engage the reader and facilitate understanding of content

When I have that, I'm ready to write. And after years of practice it comes almost naturally.

Writing fiction is not so different though. After reading various books (often more than once) on screenwriting things start to make sense and I don't need to have the rules right by my side when I'm creating. But it's still a painful process.

Some authors suggest that you put all your ideas into paper. In fact, they say we should write everything that comes to mind and go with the flow creating the story as you write it.

I'm simply unable to do that. Maybe because of my journalist background. First, I have to master the subject. If I want to write about something I don't know too much, I have to research exhaustively until I feel confident to go on.

I usually start with a feeling, a curious fact (to me) about a certain subject and then I unfold it into several possibilities. I almost never write them down. This happens only in my mind. Sometimes I draw schemes to clarify my ideas and that's all.

At this point, I kinda know what's the story about and how I can develop it. Then comes the biggest challenge: to figure out what's the theme. What the heck I want to tell with that story? This demands a self-analysis.

Some authors completely disagree about that. They say you could just go on and after finishing it and reviewing it you'd probably find the theme. Ok, sometimes it's true. For my first short "Sinergy" I had a strong confidence in what I was doing. I couldn't translate the theme in words but I knew it was there. And it wasn't until now, almost six months after finishing it, while preparing a press kit, that I could finally understand it and express it.

Furthermore, other people think there's no need to every story to have a theme. Sorry, I couldn't disagree more, but ALL masterpieces have a theme. That's what gives a story deepness and various levels of interpretation.

So I'm at this moment of gathering information and defining a theme. This will drive the spine of the story. I already have lots of pieces of the structure. They're like a puzzle. And once I realize the soul of the project, everything falls into place almost magically. That's when the flow comes. And I'm already on track!

"Writing is overflowing", says historian Paul Johnson. I would add: build a dam first, so it overflows to the direction you wish to reach. That's my process of creation.



O que é melhor: escrever tudo que vem à cabeça, deixando a estória fluir por si, ou planejar bastante a estrutura antes de começar a escrever?

Tenho estado mais quieta do que o habitual esses dias. Mas tem uma boa explicação. Estou trabalhando no meu script final. E isso é uma puta tarefa pra mim.

Sou uma escritora em essência, quer dizer, como jornalista durante uma década, o que mais lembro de ter feito na vida é escrever. Naturalmente, quando você está escrevendo sobre fatos o processo criativo é um pouco diferente:

1) Coletar uma enorme quantidade de informações
2) Definir uma hierarquia de importância
3) Desenvolver uma estratégia pra fisgar o leitor e facilitar a compreensão do conteúdo

Quando tenho isso, tou pronta pra escrever. E depois de anos de prática vem quase naturalmente.

Escrever ficção não é tão diferente quanto se possa imaginar. Depois de ler vários livros (muitas vezes mais de uma vez) sobre roteiro as coisas começam a fazer sentido e eu não preciso ter as regras do meu lado quando estou criando. Mas ainda é um processo dolorido.

Alguns autores sugerem que você coloque todas as suas idéias no papel. Na verdade, eles dizem que deveríamos escrever tudo que vem à mente e ir com o fluxo criativo à medida que a história se desenrola.

Sou simplesmente incapaz de fazer isso. Talvez por causa da minha formação de jornalista. Primeiro, eu tenho que dominar o assunto. Se eu quiser escrever sobre algo que eu não sei muito, tenho que pesquisar exaustivamente até que eu me sinta confiante pra seguir em frente.

Costumo começar com um sentimento, um fato curioso (pra mim) sobre um determinado assunto e depois vou desdobrando em várias possibilidades. Quase nunca eu escrevo inicialmente. Esse processo rumina apenas na minha cabeça. Às vezes eu desenho esquemas pra clarear as idéias e só.

Neste ponto, eu meio que sei o que é a história e como posso desenvolvê-la. Em seguida, vem o maior desafio: descobrir qual é o tema. O que diabos eu quero dizer com essa história? Isso exige uma auto-análise.

Alguns autores discordam completamente. Dizem que você poderia simplesmente seguir em frente e depois de terminar e revisar você provavelmente encontrará o tema. Ok, às vezes, é verdade. No meu primeiro curta, "Sinergy", eu tinha uma forte confiança no que eu estava fazendo. Não conseguia traduzir o tema em palavras, mas eu sabia que estava lá. E só agora, quase seis meses depois de terminá-lo, enquanto preparava um kit de imprensa, eu finalmente entendi e consegui expressar o tema.

Além disso, outras pessoas pensam que não há necessidade toda história ter um tema. Desculpe, eu não poderia discordar mais, TODAS as obras-primas têm um tema. Isso é o que dá uma profundidade à história e suscita vários níveis de interpretação.

Então, eu tou nesse momento de reunir informações e definir o tema. Isso irá conduzir a espinha dorsal da história. Já tenho muitas partes da estrutura. É como um quebra-cabeças. Quando eu captar a alma do projeto, tudo vai se encaixar quase que magicamente. É quando o fluxo vem. E você já está no rumo certo.

"Escrever é transbordar", diz o historiador Paul Johnson. Eu acrescentaria: primeiro construa uma barragem pra que transborde na direção que você deseja alcançar. Esse é o meu processo de criação.

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